Saúde Vacina

Pazuello culpa 'fuso horário' da Índia e não fixa prazo para receber vacina de Oxford

Governo apostava na chegada das doses fabricadas na Índia para dar início à campanha de vacinação sem precisar contar com a CoronaVac
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atribuiu ao “fuso horário” a dificuldade de negociação com a Índia para a importação de 2 milhões de dose da vacina Oxford/AztraZeneca. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Pazuello não soube informar a data que o imunizante aprovado no domingo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegará ao Brasil. Nesta segunda, Pazuello também creditou o atraso na chegada de doses da CoronaVac aos estados à "mudança da logística" necessária para atender ao pedidos de governadores .

— Todos os dias nós temos tido reuniões diplomáticas com a Índia, todo dia. O fuso horário é muito complicado. Nós estamos recebendo a sinalização de que isso deverá ser resolvido nos próximos dias dessa semana   —  disse o o ministro.

Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o embaixador indiano Suresh K. Reddy, em uma tentativa de agilizar o envio da vacina ao Brasil. Na semana passada, o governo brasileiro chegou a divulgar que um avião decolaria para buscar as 2 milhões de doses, mas o governo da Índia não autorizou a exportação, sob a justificativa de que coincidiria com o início da vacinação local.

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O governo apostava na chegada das doses fabricadas na Índia para dar início à campanha de vacinação sem precisar contar a com a CoronaVac, produzida pelo Insituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac, por ver nisso uma vitória política do governador de São Paulo João Doria (PSDB).

Na última quinta-feira, na véspera de o avião brasileiro decolar para resgatar as doses da vacina na Índia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano, Anurag Srivastava, disse ser "cedo demais" para garantir que o país disponibilizaria a outras nações doses do imunizante de Oxford, produzidas localmente pelo Instituto Serum. Segundo ele, a prioridade do país é a campanha de vacinação local, que começou no sábado.

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Pazuello disse que até agora não há uma resposta positiva da data da saída das vacinas da Índia para o Brasil, mas afirmou que segue contando com a remessa para dar prosseguimento à imunização contra a covid-19.

— Não há uma resposta positiva até agora. Está sinalizado para os próximos dias dessa semana o embarque da carga para cá. Nós estamos contando  com essas 2 milhões de doses para que a gente possa atender mais ainda a população.