Por Jornal Nacional


Pandemia atinge em cheio pequenos negócios lançados no começo do ano

Pandemia atinge em cheio pequenos negócios lançados no começo do ano

A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio pequenos negócios lançados no começo do ano. E, mesmo ainda engatinhando no mercado, esses microempreendedores foram obrigados a se reinventar para resistir.

Novos negócios já nascem em cima da moto numa pandemia. Um ponto de venda totalmente diferente do que o Ricardo sonhou para a padaria artesanal.

“Eu apresentando meu produto na vitrine e as pessoas passando e querendo entrar e conhecer, né? Tive que dar uma esperada, um passo para trás pra poder dar dois para frente depois”, diz o microempreendedor Ricardo Tahan.

Com o forno da padaria instalado dentro de casa, ele só conta com a própria mão de obra. Atrás da melhor receita para conquistar clientes à distância.

“O elemento da pessoalidade ainda é bastante importante. As pessoas solicitam informações, querem saber sobre o produto, querem conversar e conhecer um pouquinho mais da empresa. Então, apesar de não ter contato físico, a gente tem que ter bastante jogo de cintura para conseguir convencer as pessoas de comprar”, conta Ricardo.

O ano começou forte. Segundo o Sebrae, mais de 535 mil novos pequenos negócios abriram de 26 de fevereiro, quando foi confirmado o primeiro caso de Covid no Brasil, até o dia 11 de maio.

São pequenos negócios, recém-saídos do forno, que sentem o impacto dessa inesperada crise. Mal começaram a operar e já precisam adaptar o modelo. Os economistas dizem que eles só resistem com inovação tecnológica, um novo plano de negócios e, em muitos casos, a ajuda do governo.

“É urgente que esse dinheiro chegue porque a chegada desse crédito para os empreendedores sobreviverem é tão vital como os medicamentos ou como o isolamento para a pandemia”, explica Wilson Poit, diretor superintendente do Sebrae São Paulo.

Em março, a Mariângela tinha acabado de montar uma sala de estética e tinha uma pilha de prestações do investimento para pagar.

“Fiquei dez dias prostrada na cama. Pensando o que eu ia fazer da minha vida porque nenhuma cliente me ligava, ninguém queria fazer depilação”, comenta a microempreendedora Mariângela Borges da Silva.

Recomeçar foi um jeito de atravessar a tempestade.

“Meus filhos são meus ajudantes na cozinha. O que fico mais impactada com tudo isso não é só mudança, né? É o fato de eu estar na minha casa hoje, me protegendo com os meus filhos que somos todos dos grupos de risco, nós três somos asmáticos. Eu digo para os meus filhos todos os dias: ‘Estamos tirando leite de pedra numa época que as pessoas não têm a pedra’”, diz ela.

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