Por RFI


Aglomerações, festas e reuniões provocam aumento do número de casos de Covid-19 na França — Foto: Gaizka Iroz/AFP

As contaminações pelo novo coronavírus aumentaram na França nas últimas 24 horas, mas o número de pacientes internados na UTI continua diminuindo. Os dados foram divulgados na quarta-feira (5) em um comunicado pela Direção Geral da Saúde do país, o órgão responsável pelo recenseamento da epidemia.

Entre terça (4) e quarta-feira, 1.695 casos de Covid-19 foram confirmados no país, contra 1.000 no final de julho. De acordo com as autoridades sanitárias francesas, 19 novos focos de propagação foram identificados no país – 294 ainda estão ativos.

Apesar do aumento do número de doentes, 384 pacientes continuam internados nas UTIs, quatro a menos do que na terça-feira. Um dos motivos é que a faixa etária mais atingida atualmente gira entre 15 e 44 anos de idade, pessoas com menos chances de desenvolverem formas graves da infecção pulmonar.

Mas essa alta global, entretanto, preocupa o governo francês, já que rompe com a baixa contínua que vinha sendo observada desde o dia 9 de abril.

Além disso, sabe-se que os jovens podem transmitir para as pessoas próximas, mais velhas ou portadoras de outras patologias, que correm mais risco.

Nesta quarta-feira, o balanço do número de mortos pela doença atingiu o total de 30.305 pessoas na França, 19.799 nos hospitais e 10.506 em casas de repouso para idosos dependentes, além de outros estabelecimentos médicos e sociais.

A próxima atualização dos dados acontecerá no dia 11 de agosto. As regiões parisiense, Provence-Alpes-Côte d'Azur, no sul, Hauts-de-France, no norte, e a Guiana Francesa reúnem 70% dos doentes graves internados nos setores de reanimação dos hospitais.

O Conselho Científico que orienta o governo francês na luta contra a Covid-19 preveniu, na terça-feira, que a epidemia pode acelerar de maneira incontrolável no país. O órgão fez um apelo para que as pessoas continuem respeitando os gestos de proteção, como uso de máscaras e distanciamento físico.

"Constatamos um aumento das chamadas ao Pronto-Socorro e de hospitalizações", declarou o ministro da Saúde, Olivier Véran, em entrevista publicada no site do jornal francês "Sud-Ouest" na quarta-feira.

O número de testes realizados, que é cada vez maior, e deve atingir 600 mil exames semanais nesta semana, pode explicar em parte o aumento dos diagnósticos positivos, disse o ministro. Mas, além disso, "a circulação do vírus aumenta", afirmou Véran. Na semana passada, entretanto, ele declarou que o país ainda não está vivendo uma "segunda onda".

Festas e reuniões familiares responsáveis por aumento

A razão são as festas ou reuniões familiares com muitas pessoas sem uso de máscara ou distanciamento físico. "Ainda não estamos vivendo uma segunda onda, mas sentimos que a atitude de cada um de nós é determinante para limitar ao máximo essa evolução", insiste o ministro da Saúde. 

Na tentativa de desacelerar a progressão do vírus, a máscara, que já é obrigatória na França em lugares fechados, agora deverá ser usada também em alguns espaços ao ar livre em algumas cidades. É o caso de Paris, onde a medida deve entrar em vigor na próxima semana, e Toulouse, no sudoeste.

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