AstraZeneca aguarda orientação de especialistas para retomar testes de vacina contra Covid
O presidente da farmacêutica AstraZeneca, Pascal Soriot, disse nesta quarta-feira (9), em uma reunião com investidores, que os testes com a vacina contra a Covid-19 foram pausados depois que uma voluntária apresentou sintomas que podem estar vinculados a uma inflamação rara da medula, conhecida como mielite transversa.
A informação foi divulgada pelo site STAT, que é especializado em saúde e ligado ao jornal americano "Boston Globe".
Na terça-feira (8), o site STAT foi o primeiro a divulgar a suspensão dos testes, notícia que depois foi confirmada pelos desenvolvedores da vacina e por autoridades.
De acordo com o STAT, na reunião com investidores, Soriot afirmou que, apesar dos sintomas, o diagnóstico de mielite transversa na paciente ainda não foi confirmado. Ele também disse que a voluntária está melhorando e provavelmente terá alta do hospital nesta quarta.
Após a publicação da reportagem, a agência de notícias Reuters divulgou posicionamento da AstraZeneca que reafirma que o diagnóstico do quadro da voluntária ainda está pendente e que, portanto, é incorreto relacionar a suspensão dos testes da vacina a um caso de mielite.
Ainda segundo o STAT, as declarações do presidente da AstraZeneca foram confirmadas por três investidores que participaram da mesma reunião por telefone. O G1 entrou em contato com a farmacêutica, que não se posicionou sobre as declarações.
O STAT disse que Soriot afirmou que o ensaio clínico já havia sido interrompido também em julho, depois que um outro participante dos testes apresentou sintomas neurológicos. O presidente informou que, após exames, o voluntário foi diagnosticado com esclerose múltipla, não relacionada ao tratamento.
Suspensão dos testes
A decisão de suspender os testes foi tomada na terça-feira (8) em conjunto pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, parceiras no desenvolvimento da candidata à vacina.
A suspensão vale também para o Brasil, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das responsáveis pelo estudo no país. A Unifesp informou que 5 mil voluntários brasileiros já foram vacinados e que "não houve registro de intercorrências graves de saúde".
A vacina de Oxford/AstraZeneca é a principal aposta do Ministério da Saúde para imunizar a população. Ao todo, o Brasil prevê desembolsar R$ 1,9 bilhão com a vacina.
Pascal Soriot, presidente da AstraZeneca — Foto: Divulgação
VACINA CONTRA A COVID-19
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