Política Eleições 2022

Eduardo Leite deve anunciar permanência no PSDB nesta quinta, dizem aliados

Governador gaúcho precisa decidir futuro político para destravar sucessão no RS
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite terá que deixar o cargo caso decida ingressar na corrida ao Planalto Foto: Maicon Hinrichsen / Palácio Piratini / 09/03/2022
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite terá que deixar o cargo caso decida ingressar na corrida ao Planalto Foto: Maicon Hinrichsen / Palácio Piratini / 09/03/2022

SÃO PAULO — A possível saída do PSDB do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para ser candidato a presidente da República pelo PSD ficou mais distante, segundo pessoas próximas ao gaúcho. A decisão deve ser anunciada na próxima quinta-feira, já que o governador precisa voltar suas atenções para as articulações políticas em seu estado, onde o projeto de sua sucessão está travado. Dirigentes da terceira via também chegaram a alertar Eduardo Leite sobre risco de ficar isolado se migrar para o PSD .

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O governador não conseguiu emplacar um nome na eleição estadual, o que preocupa o seu grupo político. Há inclusive pressão para que Leite seja candidato à reeleição e quebre sua promessa de não ter um segundo mandato. O cenário visto como mais provável, hoje, por correligionários é de uma renúncia de Leite no próximo dia 2 de abril. Caso isso se concretize, ele poderia tentar voltar à corrida presidencial (o que sempre foi sua preferência) numa composição com outros partidos que negociam com os tucanos. Outra hipótese que também não é descartada seria disputar uma vaga ao Senado e até na Câmara — diante da debandada na bancada tucana, o partido vai precisar de puxadores de votos.

Até agora, um dos pontos que pesam contra uma mudança de partido é o risco de Leite ficar isolado na sigla de Gilberto Kassab . Nos últimos dias, ele ouviu lideranças de União Brasil, MDB e Cidadania que demonstraram contrariedade com a ideia de uma migração para o PSD, já que Kassab não participou das discussões de uma candidatura única com esses partidos.

Além disso, o presidente do PSD disse em entrevistas que escolheria o petista numa hipótese de um segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro. Esses acenos de Kassab na direção do ex-presidente Lula não são bem vistos pelo eleitorado conservador identificado com Leite. Na avaliação de aliados, a situação o colocaria numa situação difícil com sua base.

Nos últimos dias, os movimentos de Leite indicam uma reaproximação com o PSDB. Lideranças tucanas fizeram uma carta que pedia a permanência do governador e contava inclusive com assinaturas de aliados do governador de São Paulo, João Doria — o paulista e o gaúcho travaram uma disputa acirrada nas prévias em dezembro. Nessas conversas, tucanos colocaram à mesa inclusive a possibilidade de Leite assumir o comando da legenda em 2023 num esforço de renovação do PSDB e de construção de uma potencial candidatura para 2026. Esse gesto teria agradado o governador.