Por Diego Haidar e Jorge Bonacchi, RJ1


Pesquisadores do Senai desenvolvem composto orgânico contra o coronavírus

Pesquisadores do Senai desenvolvem composto orgânico contra o coronavírus

Pesquisadores do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai, no Rio de Janeiro, desenvolveram um composto orgânico que, quando é aplicado em tecidos, mata partículas do coronavírus. Além de eficaz, o produto tem baixo custo de produção.

O composto é desenvolvido no laboratório localizado no Fundão, na Ilha do Governador, Zona Norte da capital. Desde março, equipes de médicos, microbiologistas, engenheiros têxteis, de materiais e químicos vêm trabalhando no produto.

Os pesquisadores testaram a fórmula em dois tecidos: poliamida e poliéster. O composto orgânico é colocado em contato com os panos, que são aquecidos a 120°C. Dessa forma, o produto fica retido nos tecidos.

Depois desse processo, os testes comprovaram que partículas de coronavírus que entram em contato com a poliamida e poliéster são mortas em um minuto.

“Você coloca a mão na máscara, depois coloca a mão na superfície e isso aí acaba, na verdade, favorecendo, deixando o usuário mais seguro, e o ambiente”, apontou Adriano Passos, que é coordenador da plataforma de fibras do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras.

Composto orgânico aplicado em tecido se mostra eficaz para para eliminar o coronavírus; fórmula é mantida em segredo pelos pesquisadores do Senai — Foto: TV Globo

Outro pesquisador envolvido no projeto enfatizou que o composto passou por testes com padrões internacionais para comprovar sua eficácia.

“Nós seguimos toda uma norma internacional, ISO, que é mundialmente utilizada para essa finalidade, e esse químico ele inativou, teve a nota máxima de inativação [do coronavírus]”, disse Raphael Bergamini.

A fórmula é mantida sob segredo pelos pesquisadores, mas eles adiantam que o custo do material é baixo e, portanto, sua produção é barata. A pesquisa foi feita em parceria com uma empresa têxtil que será a primeira a usar a técnica.

Agora, os pesquisadores pretendem descobrir depois de quantas lavagens o composto orgânico continua matando o vírus nos tecidos com eficiência.

“Os próximos passos são nós avaliarmos essa questão da lavagem, da durabilidade desse químico na lavagem, caso ele não demonstre uma boa resistência à lavagem, nós vamos trabalhar em cima disso, para viabilizar isso. Mas, mesmo assim, ele já pode ser usado em diversos tipos de materiais que não precisam, que não necessitam de resistência à lavagem”, explicou Bergamini.

A expectativa dos pesquisadores é colocar tudo em prática já nas próximas semanas. Num primeiro momento, vão ser confeccionados aventais, máscaras e pijamas cirúrgicos. O primeiro lote vai ser doado para hospitais e asilos. Mas, o potencial do estudo desenvolvido é ainda maior.

“Você ao entrar num transporte, seja ele um avião, ou até mesmo um táxi, e tudo mais, a pessoa pode estar colocando uma capa, essa capa pode estar funcionalizada com esse químico e vai garantir que vai estar inibindo caso a pessoa ou o ambiente esteja contaminado com o vírus da Covid”, ressaltou o coordenador da pesquisa, Adriano Passos.

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