• Paulo Gratão
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Roger Rodrigues, CEO da Ice Cream Roll (Foto: Divulgação)

Roger Rodrigues, CEO da Ice Cream Roll (Foto: Divulgação)

Franquias mais baratas têm sido uma estratégia das redes nos últimos anos para acelerar planos de expansão e atender a um novo perfil de empreendedor, com menos dinheiro no bolso. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de redes que passaram a oferecer esse tipo de negócio saltou 14% entre 2018 e 2019. Durante a pandemia, mais franqueadoras passaram a investir nesses modelos, conhecidos como microfranquias, como a Bibi ou a Mais Top Estéticae algumas até aceleraram projetos que estavam em desenvolvimento, como a Ice Cream Roll.

A rede de sorvetes tailandeses vinha trabalhando em um projeto de miniquiosque para eventos e feiras de food trucks. Mas Roger Rodrigues, fundador e CEO da marca, percebeu que havia uma oportunidade e resolveu colocá-la no mercado agora – e de olho nos espaços vagos em shopping centers.

A ideia de tirar o projeto do papel surgiu quando ele identificou a demanda por modelos mais enxutos de negócio e as oportunidades de negociação de aluguéis em bons pontos em shopping centers, propiciadas pela pandemia. De acordo com ele, o novo formato consegue fechar a conta com um aluguel médio de R$ 5 mil. 

Uma projeção de maio da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estimava que 15% das lojas em shopping centers não reabririam as portas. A entidade diz que ainda não tem atualização sobre este dado.

De acordo com a ABF, em maio, cerca de 0,5% das franquias encerraram as atividades definitivamente. Considerando que no primeiro trimestre o setor chegou a 161 mil unidades, uma média de 800 fecharam as portas neste mês.

Ice Cream Roll (Foto: Reprodução)

Ice Cream Roll (Foto: Reprodução)

O investimento necessário para o novo modelo da Ice Cream Roll é de cerca de R$ 49.900, metade do valor estimado para abrir uma unidade tradicional da rede. O formato consiste em um carrinho, com uma chapa fria para fazer os exóticos sorvetes da empresa. É preciso ter dois funcionários. O franqueado poderá oferecer uma seleção dos itens mais vendidos do menu principal da Ice Cream Roll.

Com essa franquia, Rodrigues pretende captar o empreendedor que quer ter o próprio negócio no período de crise, mas não tem como investir em uma franquia maior. Para isso, cerca de 40% do valor do investimento inicial pode ser parcelado em até dez vezes, no cartão ou no cheque. A oferta também vale para a franquia no modelo tradicional.

Projeto do miniquiosque da Ice Cream Roll (Foto: Divulgação)

Projeto do miniquiosque da Ice Cream Roll (Foto: Divulgação)

Até que os eventos possam acontecer novamente, a franquia será vendida apenas para pontos fixos em shopping centers. O objetivo de Rodrigues é que, quando houver a vacina ou a liberação de eventos, o mesmo franqueado ou novos empreendedores possam comprar novas unidades itinerantes.

Antes do lançamento do novo modelo de negócio, a pandemia fez com que a Ice Cream Roll precisasse revisar as metas. Das 21 lojas que tinha, fechou duas. O empreendedor conta que ajudou as unidades a renegociar aluguéis e tem dado incentivos para que eles se organizem com o fluxo de caixa.

A meta era concluir o ano com 40 quiosques tradicionais. Agora, a rede deve fechar mais oito contratos já em negociação e abrir dez unidades do novo formato. No ano passado, a rede faturou R$ 11 milhões e a expectativa para 2020 é chegar a R$ 8,1 milhões.