Por G1


Google homenageia Anton Wilhelm Amo, primeiro filósofo negro da Alemanha — Foto: Reprodução/Google

O Google homenageia neste sábado (10) o primeiro filósofo negro da Alemanha, Anton Wilhelm Amo.

A ilustração foi feita pela artista residente em Berlim Diana Ejaita e pode ser vista por computadores acessados no Brasil, e também parte da Europa e África.

O filósofo, escritor e acadêmico ganiano-alemão Anton Wilhelm Amo é conhecido como um dos primeiros estudantes e professores africanos da Europa. Ele é considerado um dos mais famosos filósofos negros do século 18.

Em 10 de outubro de 1730, Amo recebeu um título equivalente a um doutorado em filosofia na Universidade de Wittenberg, na Alemanha.

A artista Diana Ejaita conta que a homenagem surgiu a partir de um movimento em Berlim que luta para substituir os nomes de ruas e estradas relacionados a pessoas envolvidas em atrocidades da colonização por outros de pessoas que também se destacaram na história.

"Há alguns meses, ouvi a notícia de que uma das ruas de Berlim teria o nome oficial de um filósofo ganês que foi o primeiro estudante africano e professor de uma universidade alemã: Anton Wilhelm Amo. Portanto, estou muito honrada e animada em ver a história se conectando com nossa vida cotidiana para nos dar esperança para o futuro", afirma Diana Ejaita, em um texto de divulgação da homenagem feito pela Google.

Em uma publicação no Instagram, Diana escreve que "Amo foi deportado da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais de Gana para a Europa, vendido como escravo, um "Rara Avis" [ave rara] para chegar à família alemã. Foi então o primeiro africano a estudar Filosofia em uma universidade alemã, contribuiu consistentemente para a história da filosofia de hoje. Depois, foi deportado de volta para Gana. Sua contribuição e história nunca foram reconhecidas até este ano.

Quem foi Anton Wilhelm Amo

Amo nasceu por volta de 1703 perto da cidade de Axim, na Costa do Ouro da África (hoje Gana). Embora as circunstâncias de sua mudança não sejam claras, Amo cresceu em Amsterdã, onde recebeu o nome de Anton Wilhelm pela família com quem morava. Ele começou os estudos universitários em 1727 e, dois anos depois, concluiu a primeira dissertação: um argumento legal e histórico contra a escravidão europeia.

Amo publicou trabalhos em uma variedade de disciplinas, da filosofia à psicologia, e se estabeleceu como um renomado pensador iluminista. Ele passou a lecionar em várias universidades alemãs. Ao longo de sua vida, aprendeu a falar sete idiomas.

Influente pela abolição, Amo acabou enfrentando o racismo e a oposição. Em 1747, ele navegou de volta ao atual Gana, onde permaneceu pelo resto de sua vida.

Em homenagem ao legado de Amo, a Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg ergueu uma estátua para ele em 1965.

Em agosto de 2020, Berlim anunciou planos de dar o nome de Amo a uma rua no distrito de Mitte.

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