Coronavírus

Por G1


Obesos são considerados um grupo de risco para a Covid-19 — Foto: Freeimages

O risco de desenvolver uma versão mais grave da Covid-19 é maior em pacientes com obesidade leve - Índice de Massa Corporal (IMC) perto de 30. Este é o resultado de um estudo publicado pela revista especializada "European Journal of Endocrinology" nesta quarta-feira (15).

No Reino Unido, são considerados pacientes com maior risco os que apresentam IMC superior a 40. A nova pesquisa mostra que mesmo os obesos leves, com IMC mais perto de 30, apresentam uma possibilidade significativamente maior de insuficiência respiratória, internação e morte devido à Covid-19. Os resultados independem de idade, sexo e outras doenças associadas.

Matteo Rottoli e colegas da Universidade Alma Mater Studiorum em Bolonha, na Itália, assinam o estudo com os resultados de mais de 500 pacientes hospitalizados com a doença do novo coronavírus.

"Nosso estudo mostra que qualquer grau de obesidade está associado à doença grave de Covid-19 e sugere que pessoas com obesidade leve também devem ser identificadas como uma população em risco", disse Rotolli.

A relação entre um IMC mais elevado e a versão grave da Covid-19 já é considerada forte para os cientistas, mas as causas exatas ainda estão sob investigação. Problemas nas respostas imunológicas, alterações nas funções do pulmão e inflamações crônicas são alguns dos motivos apontados.

Além disso, um estudo brasileiro publicado nesta segunda-feira (13) sugere que o Sars CoV-2 consegue infectar o tecido adiposo. Esta pode ser uma das razões da infecção mais grave tanto em obesos quanto em idosos.

"Temos células adiposas espalhadas por todo o corpo e os obesos as têm em quantidade e tamanho ainda maior. Nossa hipótese é a de que o tecido adiposo serviria como um reservatório para o Sars CoV-2", explicou Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia (IB) e coordenador da pesquisa da Universidade Estadual de Campinas.

O pesquisador italiano Matteo Rottoli, da pesquisa desta quarta-feira, disse que trabalha com a hipótese de que a infecção pelo novo coronavírus depende do perfil do metabolismo de cada um dos pacientes. Estariam, assim, entrelaçadas a diabetes, a obesidade e a síndrome metabólica.

"O ponto de corte do IMC deve ser reavaliado para garantir a identificação de todos com um maior risco de infecção grave e para evitar subestimar o impacto populacional da infecção por Sars CoV-2, principalmente nos países ocidentais com taxas mais altas de obesidade", completou Rottoli.

A obesidade é uma das principais causas de morte por Covid-19, principalmente entre os pacientes mais jovens. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em novo boletim nesta quarta-feira que 61% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são de pacientes com alguma comorbidade ou fator de risco. Veja os números abaixo:

Número de mortes e fatores de risco em maiores de 60 anos
Fonte: Ministério da Saúde
Número de mortes e fatores de risco em menores de 60 anos
Fonte: Ministério da Saúde
Jovens obesos fazem parte do grupo de risco de pacientes com Covid-19

Jovens obesos fazem parte do grupo de risco de pacientes com Covid-19

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