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Como previnir uma próxima pandemia? A resposta está na educação

Uma nova geração que busque fontes confiáveis de informação, valorize a ciência e conheça a história: entenda como a educação pode previnir uma futura pandemia

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Época NEGÓCIOS
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Pesquisadores  (Foto: Getty Images )


A prevenção de uma futura pandemia está associada à educação científica das novas gerações e ao combate à desinformação. Essas são as propostas de infectologistas e especialistas em educação, em enrevista ao site Mashable.
 

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“O objetivo é um cidadão mais alfabetizado cientificamente”, afirma a ex-professora de ciências Kelley Le à reportagem. Atualmente, Le dirige o UCI Science Project, um grupo de pesquisa educacional que apoia professores no ensino mais eficaz de ciências. A preparação dos jovens para futuras pandemias, segundo ela, também envolve o esclarecimento de que esses surtos fazem parte da história e da natureza. 

Mais ciência e menos boato 

Habilitar as novas gerações a interpretar fontes seguras e confiáveis de informação, é outro ponto importante. Com a ampla disseminação do acesso à internet e redes sociais, os pesquisadores ressaltam a importância de que o sistema educacional ensine para as crianças como identificar fontes de informações sérias e de credibilidade.

“Haverá outra pandemia. Conhecimento é poder, especialmente com nossas gerações futuras”, afirma a médica e diretora de Otorrinolaringologia do Hospital Infantil Mattel, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Nina Shapiro.

Uma das sugestões dos cientistas é que a escola possa trazer instrumentos para que as novas gerações saibam como diferencias divergências que são técnico-científicas de especulações conspiratórias veiculadas na internet.

“É triste que alguns prefiram acreditar em informações sobre alvejante, UV, cloroquina e ivermectina, vindas de indivíduos sem formação científica, ao invés de ouvirem aqueles que passaram décadas pesquisando sobre epidemias”, argumentaram à reportagem os cientistas Andrew Spielman, da Escola de Odontologia da Universidade de Nova York, e Gulshan Sunavala-Dossabhoy, do Centro de Saúde da Universidade do Estado da Louisiana.

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Uma educação conectada ao mundo atual 

Para Doron Zinger, pesquisador em educação da Universidade da Califórnia, é preciso transformar o ensino, deixando, por exemplo, o método de memorização de partes de diferentes DNAs no passado. Ele defende que as escolas deveriam preparar currículos de aprendizagem com conteúdos que tratem do mundo atual.

Catherine Carroll-Meehan, diretora da Escola de Educação e Sociologia da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, concorda, já que, para ela, “a aprendizagem mecânica deveria ficar reservada às tabuadas”.

O importante, ela diz, é desenvolver um sistema de ensino que estimule as crianças a pensarem de forma mais crítica, formando pessoas que entendam como a ciência funciona e qual é a importância dela na vida da sociedade.

“Essa é a habilidade da qual realmente estamos falando aqui”, destaca Ann Reid, diretora-executiva da ONG Centro Nacional para Educação em Ciência (NCSE, na sigla em inglês).

A história é nossa aliada

Mais um aspecto importante sobre como as novas gerações deverão lidar com futuras pandemias envolve o ensino da história. O objetivo seria ensinar sobre os diferentes surtos pandêmicos do passado, como a peste bubônica, no fim da Idade Média e a gripe espanhola, de 1918 a 1920.

“As pandemias são um evento evolutivo natural. Não podemos abolir todos os patógenos, mas podemos estar mais bem preparados para mitigar sua disseminação”, comentam os pesquisadores Spielman e Sunavala-Dossabhoy.

O conhecimento de como funciona uma pandemia pode conter a disseminação do estresse e ansiedade nas crianças. “Quando as crianças sabem que estão fazendo a coisa certa, elas podem ficar mais seguras”, disse o professor de psicologia da Universidade Rutgers, Maurice Elias.

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