• Paola Churchill (@paolachurchill)
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Thelminha fala sobre o seu livro, com exclusividade para a Vogue Brasil (Foto: Divulgação/Iude Richele)

Thelminha fala sobre o seu livro, com exclusividade para a Vogue Brasil (Foto: Divulgação/Iude Richele)

Em 2020, quando Thelma Assis, a Thelminha foi consagrada como vencedora do Big Brother Brasil 2020, o apresentador Tiago Leifert considerou aquela uma “vitória histórica”. A médica se tornou a queridinha do Brasil e saiu do reality como milionária.

Lá, o público conheceu a Thelminha jogadora, porém, neste mês, poderão saber mais a fundo, a mulher forte, engraçada, que adora dançar, em sua biografia “Querer, Poder, Vencer”, da Editora Planeta. Com prefácio de Manoel Soares e Taís Araújo, a história da ex-BBB é contada com ricos detalhes.

“Demorou mais de um ano eu tive a colaboração da jornalista Bianca Caballero, e comecei a contar minha história lá de trás. Fazendo uma grande retrospectiva e em detalhar tudo”, explicou a apresentadora em entrevista exclusiva para a Vogue Brasil.

Retornar sua própria história, a emocionou, relembrar dos momentos ao lado de sua avó, uma das grandes razões para ela cursar medicina, a relação de companheiros com a mãe, e também de um dos momentos mais delicados de sua vida: quando soube que foi adotada por uma ligação anônima.

“Falo da adoção sem nenhum tabu. Até mesmo porque é uma coisa muito bem resolvida na minha vida que a minha família é a que me adotou, que me acolheu, que me deu amor, que é a base para eu conquistar o que eu conquistei. E pra que incentive outras pessoas também, já que a adoção, consegue mudar a vida das pessoas, né? São muitas crianças ainda no abrigo e eu tenho certeza que a minha vida teria sido totalmente diferente se eu tivesse ido parar num abrigo ou se tivesse morrido no meio do caminho mesmo. Porque fui doada com três dias de vida, mas o restante o pessoal vê no livro”, brincou Thelma no final.

De sua trajetória de muita luta também veio o título “Querer, Poder, Vencer”, que é uma frase que sua mãe, Yara Assis, sempre diz. “Ela tentava me estimular. Porque sou uma mulher preta vindo de um de uma condição totalmente desfavorável. Foram inúmeras vezes que eu lidei com obstáculos, com empecilhos e que a probabilidade maior era de desistir. Mas, sempre fui focada, nunca quis abrir mão de nenhum sonho. Mas, eu tinha a minha mãe sempre ali do meu lado me fortalecendo em relação a isso aí ela falava isso. Inclusive, foi uma frase colocada na faixa, no dia da minha formatura”, revela.

Thelminha relembra sua trajetória no BBB (Foto: Reprodução/TV Globo)

Thelminha relembra sua trajetória no BBB (Foto: Reprodução/TV Globo)

Trajetória no BBB

Só quem foi para o reality show, sabe como é a sensação de estar lá dentro. Além de guardar com carinho algumas lembranças e amizades feitas lá, a anestesista recorda de uma peça que foi importante: o seu vestido da final. Todo feito de pedras, pesava mais de dois quilos e foi feito a mão pelo estilista mineiro Gabriel Junior, que fez algumas peças para a cantora Iza, grande inspiração para a ganhadora.

“Vestido é uma relíquia! Ele está no meu guarda-roupa intocável é emocionante encontrar com ele todas às vezes e eu tenho vontade de usar ele direto. Já o vesti uma vez, em uma live que fiz quando completei um mês de vitória do BBB. Vira e mexe quero colocar, mas me contenho. Quero que ele dure para mostrar para os meus filhos", acrescentou. 

E além de sempre olhar com o vestido com carinho, Thelma também tomou a decisão de rever sua edição, em dois finais de semana que estava mais livre. E depois que viu tudo, brigas, conflitos, amizades feitas, disse que se orgulha de todas as atitudes tomadas. 

“Foi uma edição muito especial, parece uma novela mesmo. Te prende a atenção, eu gostei de assistir, teria assistido a minha edição mesmo que eu não tivesse lá. Quando vi alguns momentos, me antecipava na fala e reproduzia exatamente o que eu falava cinco minutos depois no vídeo sabe? Então, aquela era eu mesma. Assisti com muito orgulho de tudo”, acrescentou.

E sobre as brigas que teve com alguns participantes no programa, considerou que as desavenças ficaram todas no reality show mais assistido do país. “A gente se chateia de ver algumas coisas, mas é a convivência. Mas, eu deixei tudo pra lá. Melhor, né?”, garantiu.

“Eu não vou me calar” 

Thelminha fala sobre o seu livro, com exclusividade para a Vogue Brasil (Foto: Divulgação/Iude Richele)

Thelminha fala sobre o seu livro, com exclusividade para a Vogue Brasil (Foto: Divulgação/Iude Richele)

Com todo o destaque que Thelminha ganhou depois do BBB, ela se tornou uma grande porta-voz para falar de causas importantes, como racismo, machismo, feminismo e até o atual cenário político brasileiro.

E nas mais de 240 páginas dos livros, o racismo é um dos assuntos mais abordados por ela. Além dela relembrar de casos que passou na infância e adolescência no bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, ela ainda tem que lidar com esse problema.

“Eu me sinto muito feliz [por ser uma inspiração],  mas, em simultâneo, eu cada vez me preocupo mais em transmitir mensagens com muita responsabilidade, porque quando nós temos um alcance maior e têm muitas pessoas que se identificam com a nossa fala, com a nossa postura. Eu tenho não vou me calar diante circunstâncias que eu acho erradas”, começou ela.

“Eu faço muito conteúdo de saúde também. Então me preocupo em passar com bastante responsabilidade a questão política também. Não gosto de me omitir nunca quando eu não concordo com algo como cidadã, tenho que me posicionar de alguma forma. E dar voz às pessoas que me seguem, que se identificam comigo e que também querem se posicionar. Então, é meio que me sinto como uma porta-voz e que existe uma grande responsabilidade nisso”, continuou.

E todo engajamento infelizmente, traz alguns haters, que a médica tenta deixar cada vez mais de canto. Porém, quando recebe ameaças e injúrias raciais, ela leva tudo a justiça e resolve legalmente essa situação.

“Já eu tive uma live com a jornalista que nós sofremos racismo e esse e virou um processo né está com a polícia e eu tive casos de injúria racial quando eu estava dentro do BBB, também, de pessoas da mídia e também estou correndo com isso judicialmente. É que é tudo muito lento. Mas, eu não deixo passar não. Até mesmo porque eu penso que isso tem que servir como exemplo para outras pessoas que são racistas iguais”, revelou.

E agora com a chegada do BBB22, Thelma brinca que não sabe quem vai entrar na casa mais vigiada, mas que também não vai declarar torcida para não ter haters: “Eu acho que no BBB22 não vou nem declarar a torcida porque isso também atrai haters”, brinca a campeã e conclui: “Só pede para torcida de futebol hoje em dia”.

"Querer, poder, vencer", por Thelma Assis (Foto: Reprodução)

"Querer, poder, vencer", por Thelma Assis (Foto: Reprodução)

"Querer, poder, vencer", por Thelma Assis. 

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