A maioria das empresas no Brasil deve promover o retorno de seus funcionários aos escritórios entre agosto e dezembro, segundo um levantamento da unidade brasileira da consultoria global KPMG.
A pesquisa “Covid-19: como será o seu retorno aos escritórios” entrevistou 722 empresários de todo o país, de diversos segmentos da economia – a maioria das companhias atua no sistema financeiro (14,12%), seguidas por atividades industriais (9,25%), energia e recursos naturais (7,59%), agronegócio (7,35%), tecnologia (6,29%), consumo e varejo (6,17%) e automotivo (6,17%).
Regionalmente, o Sudeste abriga a ampla maioria das empresas (77,98%), seguido pelo Sul (8,18%), Centro-Oeste (7,62%), Nordeste (3,6%) e Norte (2,62%).
Segundo os dados, 23,41% das empresas já promoveram a volta dos funcionários aos escritórios. Outras 21,05% preveem voltar em agosto, e 34,90% vislumbram retornar entre setembro e dezembro – ou seja, quase oito em cada dez (79,36%) empresas ou já voltaram ao escritório, ou farão isso ainda em 2020 (considerando apenas as empresas da região Sudeste, esse total foi menor, de 68,5%).
No âmbito nacional, há ainda 9,42% de empresas que planejam o retorno apenas em 2021, e outras 11,22% em que o acesso aos escritórios nunca chegou a ser bloqueado.
A pesquisa auferiu ainda que apenas 16,20% das empresas pretende voltar com 100% dos profissionais. Todos os outros entrevistados planejam algum tipo de rodízio:
- no máximo 15% dos funcionários (16,07%)
- no máximo 30% dos funcionários (30,33%)
- no máximo 50% dos funcionários (27,01%)
- entre 50% e 100% dos funcionários (10,39%)
“A retomada será gradativa, até para que os gestores possam avaliar a efetividade da implementação desse processo”, comentou André Coutinho, sócio-líder de Clientes e Mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Além disso, mais de nove em cada dez empresas (91,55%) pretende adotar a obrigatoriedade do uso de máscaras no retorno. Outras medidas compulsórias de prevenção à covid-19 incluem medição de temperatura, citada por 64,82%, questionários sobre as condições de saúde no momento (49,72%) e aplicação de testes para covid-19 (26,18%). Uma parcela dos entrevistados (14,2%) afirmou que vai tomar todas as medidas mencionadas.
Produtividade igual ou maior
A pesquisa da KPMG perguntou ainda qual foi o impacto do trabalho remoto na produtividade dos profissionais, e a resposta da maioria (83,52%) foi que ela se manteve igual ou cresceu:
- Nenhum impacto, a produtividade se manteve: 49,58%
- A produtividade aumentou em até 20%: 24,52%
- Aumentou mais de 20%: 9,42%
- A produtividade diminuiu em até 20%: 10,80%
- Diminuiu mais de 20%: 5,65%
“Não diferente da maioria dos mercados, para as empresas regionais o home office tem sido um grande aprendizado, mas infelizmente nas regiões mais remotas ainda há déficit de infraestrutura de comunicação, exigindo investimentos por parte de alguns dos nossos clientes”, comentou Fernando Aguirre, sócio de Mercados Regionais para interior de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.