• Rennan A. Julio
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Este é o melhor momento da história para ser um empreendedor. Para Steve Blank, professor de empreendedorismo da Universidade Stanford e uma das maiores lendas vivas do Vale do Silício, a realidade do planeta nunca esteve tão propícia para pessoas inovadoras dispostas a criar soluções e produtos. “Que grande oportunidade temos em mãos”, afirmou.

Steve Blank aconselha todos os empreendedores a juntar os ativos que consideram imprescindíveis para sua empresa: capital, pessoas-chave, maquinário. É isso que você precisa colocar no bote salva-vidas antes que o barco afunde (Foto: Divulgação)

Steve Blank, guru do Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Blank se apresentou durante o VTEX Connect, evento realizado pelo unicórnio brasileiro de e-commerce nesta quinta-feira (05/08). Ao conversar com Mariano Gomide, cofundador da companhia, trouxe impressões sobre os efeitos da pandemia no mundo dos negócios e suas expectativas para os próximos anos.

De forma geral, Blank enxerga as consequências positivas para o mercado. “Você pode ser um inovador em qualquer parte do mundo, sem precisar viajar para Nova York ou São Paulo. Sentado onde está agora, você tem o mundo inteiro à sua disposição. Vá conquistá-lo”, disse o empreendedor serial e criador do conceito Customer Experience, metodologia que influenciou incontáveis fundadores de startups nas últimas décadas.

Um dos principais pontos de Blank em relação aos impactos da crise do coronavírus está ligado à contratação de talentos. Para discutir o tema, o professor compara programadores e engenheiros de software com pianistas. “O profissional de tecnologia, assim como o pianista, não é encontrado na rua aos montes. E mais: existem pianistas bons e ruins. O que a covid-19 nos permitiu foi encontrar essas pessoas em qualquer lugar do mundo”, diz.

Na sua visão, a pandemia acabou com as fronteiras e abriu as portas para a globalização dessa profissão. “De forma geral, há uma linguagem internacional ‘falada’ por esses profissionais. Agora, há uma gama de talentos globais a ser acessada”, diz.

Ainda no campo do talento, Blank entende que os fundadores de startups devem estar atentos a uma mudança no mercado. Uma delas é a de que o futuro trará diferentes classes de colaboradores. Existem aqueles que trabalham porque reconhecem uma missão no negócio, os que operam por projetos e desafios constantes e quem de fato está ali por dinheiro, diz o professor. “E não há problema nisso. O desafio do RH do futuro é reconhecer esses grupos e designá-los para as funções corretas. Para construir uma casa, é preciso pedreiros, eletricistas e marceneiros”, afirma.

Outro ponto essencial apresentado por Blank é a comunicação dentro das empresas. Para o professor, videoconferências devem entrar na rotina dos empreendedores, principalmente quando uma empresa quiser acessar o mercado global. “Voltando aos pianistas, você agora pode usar o Zoom para ouvir música”, afirma Blank. Outra recomendação é que os empresários dispensem a necessidade física em primeiros encontros, principalmente entrevistas de emprego. “É uma perda de tempo. Por vídeo, é possível ser muito mais rápido e eficiente.”

O maior desafio do período, contudo, está diretamente conectado à transformação digital causada pela pandemia. “Ficou claro que as empresas que vendiam produtos, seja física ou digitalmente, precisaram se transformar em multicanal. Após a covid-19, ou o empreendedor inova ou o seu negócio morre”, afirma.

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