Política
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Andrea Jubé, Fabio Murakawa e Marcelo Ribeiro — De Brasília


Bolsonaro: lideranças do PP apostam que Bolsonaro será um puxador de votos e ajudará a eleger bancada expressiva — Foto: Alan Santos/PR
Bolsonaro: lideranças do PP apostam que Bolsonaro será um puxador de votos e ajudará a eleger bancada expressiva — Foto: Alan Santos/PR

A cúpula do Progressistas (PP) dá como certa a volta do presidente Jair Bolsonaro aos quadros da legenda em novembro. Mas a legenda não deve absorver todos os deputados bolsonaristas, que devem se dividir entre o próprio PP, o PTB e o PSC para disputar a eleição no ano que vem.

Além disso, com a resistência de alguns grupos do partido, Bolsonaro também conversa com o PL e o PTB como alternativas para concorrer à reeleição no ano que vem.

Nas últimas semanas, dirigentes do PP conversaram com setores ainda resistentes ao retorno de Bolsonaro aos quadros da sigla, inclusive o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os principais focos de resistência continuam sendo as bancadas do Nordeste e o Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente.

Um dirigente da legenda disse que é “99% certo” que o presidente se filie ao partido. A adesão de pelo menos uma parcela dos deputados bolsonaristas que estão no PSL é esperada para março, quando abrir a janela partidária, e com ela, a temporada de troca-troca partidário.

Também na janela partidária são aguardadas as filiações de dois ministros: Fábio Faria, das Comunicações, hoje no PSD; e Tereza Cristina, da Agricultura, que vai deixar o DEM. Fábio Faria divide a linha de frente das articulações para levar Bolsonaro de volta ao PP, ao lado do ministro-chefe da Casa Civil e presidente licenciado da legenda, Ciro Nogueira.

Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles também deve se filiar à legenda junto com o presidente e parte de seu grupo.

Há cerca de três meses, Nogueira ainda estava em tratativas com a cúpula do PSL para viabilizar a fusão da sigla com o PP. Estava nos planos do ministro e do presidente da Câmara, Arthur Lira, formarem a maior bancada da Casa, com mais de 100 deputados. No entanto, as negociações não avançaram, e o PSL formalizará nesta semana a fusão com o Democratas (DEM).

Diante desse cenário, o Valor apurou com fontes do PP que Nogueira e outras lideranças da sigla acreditam que Bolsonaro será um grande puxador de votos e ajudará a eleger uma bancada expressiva de deputados federais. Esse é o principal projeto de Nogueira, para assegurar a reeleição de Lira ao comando da Câmara. Mesmo se Bolsonaro não se reeleger, o presidente tem uma base eleitoral fiel avaliada no partido como de pelo menos 25% do eleitorado, o que, por si, impulsionará a eleição de deputados federais.

O deputado federal Bibo Nunes, do PSL do Rio Grande do Sul, confirmou ao Valor que está conversando com a cúpula do PP sobre a migração para a legenda na janela partidária. Ele ressaltou, entretanto, que a bancada de deputados bolsonaristas não deve migrar integralmente ao PP. É possível que haja uma divisão dos deputados entre as três principais legendas da base governista: o próprio PP, o PTB e o PSC.

O Valor apurou que Arthur Lira não está mais resistente à filiação de Bolsonaro. A leitura de aliados do presidente da Câmara é que eventual derrota de Bolsonaro na eleição presidencial poderia prejudicar a recondução do alagoano à presidência da Câmara. No entanto, Lira tem liderança própria, e se consolidar uma base expressiva de apoio à sua reeleição na Casa, seus aliados afirmam que seria possível construir pontes com o novo presidente da República que vencer o pleito de 2022.

Um representante do PP do Nordeste afirma que a filiação de Bolsonaro não prejudica a campanha dos deputados federais e estaduais da legenda naquela região.

Quem tiver de subir no palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera com folga a disputa na região, não será impedido pelo partido. Este parlamentar ponderou, todavia, que a vinda de Bolsonaro poderá trazer dificuldades para o candidato de Ciro Nogueira ao governo do Piauí. No Estado, o PT de Lula e do governador Wellington Dias é hegemônico há 19 anos.

Um aliado próximo de Bolsonaro, além disso, pondera que o grupo do presidente não quer permitir que candidatos pela legenda subam ao palanque com Lula.

“Se tiver que subir no palanque com o governador, ainda que seja do PT, tudo bem. Mas não dá para ser do partido do Bolsonaro e apoiar o Lula”, afirmou.

Sobre impasses no diretório do Rio de Janeiro, fontes da cúpula do PP afirmam que estão sendo tratados com atenção. O presidente de honra da sigla no Rio é o ex-ministro Francisco Dornelles. O presidente do diretório é o deputado federal Luiz Antônio Teixeira, o Doutor Luizinho.

Todos os interlocutores do presidente com quem o Valor conversou afirmam que a filiação ao PP ainda não está fechada. Um deles diz que há conversas com o PL, partido da ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Entretanto, o acerto é dificultado por alianças locais da legenda comandada por Valdemar Costa Neto. Em São Paulo, por exemplo, a sigla já teria um acordo fechado com o grupo do governador João Doria.

Outra alternativa é o PTB de Roberto Jefferson. Mas, de acordo com esse interlocutor, Bolsonaro não quer ir para uma legenda rachada por disputas internas, como a que envolve a filha de Jefferson, a deputada Cristiane Brasil (RJ), e a presidente interina da sigla, Graciela Nienov.

O PP foi o partido onde Bolsonaro permaneceu mais tempo em sua trajetória política: 11 anos. Ele nunca teve desavenças internas na legenda, mas trocou a sigla pelo PSC em 2016 para disputar a Presidência da República. Ao fim, ele concorreu pelo PSL. Bolsonaro foi filiado ao PP de 2005 até 2016. No total, ele já foi filiado a oito legendas: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PSC e PSL, além do PP.

O Valor apresenta a você a nova Globo Rural

O maior jornal de economia com a maior marca de agro do país

Mais do Valor Econômico

Em Washington, autoridade monetária ainda reafirmou que a perseverança nas metas econômicas são importantes

Campos diz que IPCA de março foi boa surpresa, mas o BC não decide sobre juros apenas com um número

Diretora de relações institucionais da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária lembra do calendário legislativo apertado, com eleições, considerando o ideal de se votar a regulamentação em 2024

Reforma tributária entra em nova etapa semana que vem, diz diretora da Secretaria Extraordinária

Do volume total, 18 jatos são executivos, representando o melhor primeiro trimestre da unidade em 8 anos

Embraer entrega 25 jatos no primeiro trimestre, alta de 67%

Preocupações das autoridades monetárias globais estão sobre "o que acontece na alimentação e na energia a partir daqui, e também sobre o que acontece com os preços dos serviços", diz presidente do BC

Campos Neto volta a dizer que núcleo da inflação segue mais alto do que no passado

Criptomoedas sofreram com as sinalizações de que um corte de juros nos EUA vai demorar mais do que se esperava

Bitcoin sobe, mas não apaga queda de 3,9% na semana do halving

Segundo o vice-presidente comercial da Honda Automóveis, Roberto Akiyama, investimento inclui híbrido flex

Honda vai investir R$ 4,2 bilhões em fábrica no Brasil e prepara novo modelo

Ministro do Desenvolvimento Agrário diz que nomeará aliado do presidente da Câmara

Lira indica substituto para primo demitido do Incra de Alagoas

Moeda americana, no entanto, avança 1,53% na semana e bolsa cai 0,65% no período

 Dólar fecha abaixo de R$ 5,20 e Ibovespa sobe com Petrobras e melhora do humor local