Brasil e Política

Por Lucas Hirata, Valor — São Paulo

A taxa básica de juros, a Selic, deve começar a subir no segundo trimestre de 2021 quando as atenções dos dirigentes do Banco Central tendem a se concentrar para a meta de inflação de 2022. Essa é a avaliação de Juan Jensen, sócio da 4E consultoria, que vê a taxa básica de juros em torno de 4,5% no fim do ano que vem.

“Quando tivermos uma normalização, a Selic também deve voltar. Não vamos ver a Selic em 2% por anos e anos, deve começar a ser recomposta no ano que vem”, diz.

Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou que não antevê uma redução do estímulo monetário, em uma espécie de forward guidance sobre seus planos de médio prazo.

Para o economista da 4E, a indicação do Copom serve para mostrar que a Selic não deve subir nos próximos meses, mas conforme o horizonte relevante da política monetária avança para 2022 e 2023 o cenário de inflação já deve exigir ajustes na taxa básica de juros. Ontem, a autoridade monetária divulgou suas projeções para inflação de 2021, com números próximos da meta de 3,5%, tanto no cenário híbrido quanto no de referência.

“Só o fato de o tempo passar, com a expectativa de inflação que temos hoje, indica que o grau de estímulo terá de mudar em algum momento. Esse momento deve ser no segundo trimestre de 2021”, afirma Jensen.

O economista ressalta que o estímulo monetário ainda vai continuar elevado por alguns meses, incluindo todo o segundo semestre de 2020 e o começo de 2021, e que o processo de normalização começará aos poucos mirando as metas de inflação de 2023.

“Entendemos que, com a normalização da atividade, alguns preços de serviços também devem voltar. É um quadro que daqui oito ou nove meses vai estar muito diferente”, explica o profissional.

Para um horizonte ainda mais longo, Jensen afirma que “talvez uma Selic de 6% ou 6,5% seja patamar neutro”. Atualmente, a 4E trabalha com inflação de 1,6% em 2021, 3,8% em 2022 e 3% em 2023, enquanto o PIB deve ter contração de 5,6% neste ano, com recuperação de 3,9% em 2021 e 2,1% em 2022.

(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

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