• Agência ANSA
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Michelle Bachelet (Foto: EFE)

Michelle Bachelet (Foto: EFE)

A alta comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, falou nesta quarta-feira (09) sobre a pandemia de coronavírus Sars-CoV-2 no Brasil e pediu que os governantes ouçam mais a ciência para gerir a crise sanitária.

"A Covid-19 teve um impacto devastador no Brasil em especial. Vimos um impacto desproporcional em grupos vulneráveis como as pessoas que vivem em situação de pobreza, nos afrodescendentes, nos indígenas, entre os LGBTs e pessoas privadas de liberdade", disse Bachelet.

Segundo a alta comissária, "muitos governos não atuaram de forma rápida para conter a propagação da Covid-19, [...] outros se negaram a levar a pandemia a sério".

"Em qualquer país onde os líderes negaram a existência da Covid-19 e as evidências científicas, isso teve um efeito devastador. Isso ocorreu em muitos países, não apenas no Brasil, mas também no Brasil. Isso é terrível, pois os líderes têm que dar exemplo. Eles devem guiar as pessoas", destacou ainda Bachelet - sem citar diretamente o nome do presidente Jair Bolsonaro, que adotou uma postura negacionista desde o início da crise sanitária.

A chilena ainda ressaltou que na América Latina "há uma das maiores taxas de mortalidade no mundo" e comparou a situação do continente com a África. "Na África, há casos onde há falta de recursos, mas pela experiência com o ebola, entre outras, a comunidade está organizada e sabe como responder a esse tipo de doença. Houve menos casos de infecção e também menos mortes", pontuou ainda.