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PSOL acusa Covas de crime eleitoral em entrega de cestas básicas da prefeitura; campanha tucana nega

Administração diz que entidades responsáveis pela distribuição se comprometeram a seguir normas eleitorais
Moradores de Brasilândia fazem fila para pegar cestas básicas da prefeitura, e carro de campanha de Covas toca jingle do tucanos Foto: Reproduçao
Moradores de Brasilândia fazem fila para pegar cestas básicas da prefeitura, e carro de campanha de Covas toca jingle do tucanos Foto: Reproduçao

SÃO PAULO – A distribuição de cestas básicas por meio de um programa da Prefeitura de São Paulo levou a campanha do PSOL a afirmar que o prefeito Bruno Covas (PSDB) explorou eleitoralmente a ação. Um carro de som, que tocava o jingle do candidato à reeleição e tinha um adesivo com o número do partido no capô, estava no local no momento em que a entrega ocorria.

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As cenas foram gravadas e se espalharam pelas redes sociais. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos , disse que se tratava de uma “denúncia gravíssima” e classificou o caso como “inaceitável”.

"É ultrajante que, em pleno 2021, a distribuição de cestas básicas em troca de votos siga acontecendo na maior cidade do país. Estamos avaliando as medidas judiciais cabíveis para que nossos adversários cessem essa prática absurda", informou a campanha do PSOL, em nota.

A ação ocorreu na comunidade da Brasilândia, na Zona Norte da cidade, e faz parte do programa Cidade Solidária, que tem o objetivo de ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade durante a pandemia – as 400 cestas básicas foram doadas por uma entidade que tem convênio com a prefeitura.

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A entrega foi feita pela Movimento Social Beneficente (Mosobe). Um dos representantes da entidade, que disse ao GLOBO ter participado da organização da ação, é Emilson Almeida da Silva, filiado ao PSDB e diretor da zonal do partido na Brasilândia.

O representante da Mosobe, Emilson Almeida da Silva, negou que a ação tenha qualquer vínculo com a campanha de Covas. Ele disse que o carro de som que tocava a música do candidato passou pelo local, mas que pediu para que o som fosse desligado.

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– A ação aconteceu hoje através do Cidade Solidária (programa da prefeitura). Eles vieram atender algumas pessoas da comunidade com distribuição de cesta básica. Só que um rapaz passou com um carro de som e cumprimentou um pessoal e foi embora. Mas não tem nada a ver com a ação. Esse tipo de trabalho é feito desde o ano passado. Entidade social não pode ter ligação partidária – afirmou Silva.

A campanha de Covas informou que não distribui cestas básicas: "É inadmissível que, a três dias das eleições, esse tipo de conduta esteja sendo compartilhada. Apesar dos ataques e das fake news, vamos manter a nossa postura de mostrar aos eleitores o que fizemos nos últimos anos à frente da prefeitura da capital e o que vamos realizar nos próximos quatro anos”.

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A prefeitura de São Paulo disse que a distribuição de cestas faz parte do Programa Cidade Solidária, que ocorre por meio de parceria com as entidades civis e com ação direta de um conjunto de secretarias municipais que desenvolvem ações sociais. De acordo com a prefeitura, todas as entidades parceiras assinaram um termo de adesão com a administração municipal se comprometendo a executar a distribuição das cestas respeitando integralmente às recomendações do Ministério Público Eleitoral.

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"Qualquer ação por parte das entidades que não tenha respeitado a recomendação descumpre o acordo estabelecido no termo de adesão e será apurada", diz a nota da prefeitura.