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Partidos abandonam bloco de Arthur Lira e se unem ao PSL na Câmara

Movimento diminui ainda mais quantidade de deputados liderados por Lira
Na semana passada, circulou no Congresso vídeo de Bolsonaro com Arthur Lira (PP-AL, dir.) Foto: Reprodução
Na semana passada, circulou no Congresso vídeo de Bolsonaro com Arthur Lira (PP-AL, dir.) Foto: Reprodução

BRASÍLIA - O PTB e o PROS abandonaram nesta terça-feira (13) o bloco comandado por Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados para formar um novo grupo com o PSL. São 61 deputados — ou 73, considerando os 12 bolsonaristas suspensos do PSL. O movimento diminui a base de apoio do Lira, candidato à Presidência da Câmara no ano que vem.

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O bloco de Lira, que se aproximou do governo no primeiro semestre deste ano, já havia perdido DEM e MDB no fim de julho , mas continua sendo o maior da Câmara. Na época, os dois partidos quiseram manter a independência do governo, já que Lira, líder do PP, passou a defender as pautas do presidente Jair Bolsonaro em votações.

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O líder do PSL, Felipe Francischini (PR), será também o líder do novo bloco, o que deve ser oficializado em breve. Ele frisa que o PSL é independente e PROS e PTB têm mais proximidade com o governo, mas, apesar disso, a ideia é que os três partidos conversem para votar juntos.

— A gente já tinha conversado isso há dois meses, mas formalizamos há duas semanas, porque na época (da saída do DEM e do MDB do bloco de Lira) teve muita confusão — diz Francischini.

Com a saída do DEM, MDB, PROS e PTB, o bloco de Lira foi de 221 deputados para 135. Permanecem PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante. A consequência maior disso é o xadrez em torno da eleição da Presidência da Câmara, já que não necessariamente o bloco vota sempre junto.

O presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), se movimenta para ser candidato na eleição. Por isso, alguns deputados do PSL defendiam que a formação de um bloco daria substância à candidatura. Francischini frisa, porém, que ainda não há definição sobre que nome devem apoiar nas eleições, e que isso será debatido em conjunto entre os três partidos.

A saída ocorre em meio a uma disputa pelo comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Câmara. Como líder do maior bloco, Lira indicou a deputada Flávia Arruda (PL-DF) para assumir a presidência da comissão. O DEM, por outro lado, alega que o acordo entre as bancadas era para que o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) fosse indicado.

O grupo do PSL, PTB e PROS tende a defender Elmar Nascimento nessa disputa, segundo deputados ouvidos pelo GLOBO. Eles negam, porém, que a rixa tenha contribuído para a formação do novo trio, já que a combinação para formar um bloco era anterior à discussão sobre a CMO.

Procurado, Lira disse apenas que a saída desses partidos do bloco já estava prevista desde março. Mas a divisão vinha sendo adiada. Em agosto, diante da ameaça de PROS e PTB abandonarem o bloco, o Palácio do Planalto chegou a intervir para evitar o desembarque e não dar sinais de fraqueza do líder do PP, aliado do governo.