Eleições 2020 em São Paulo

Por Patrícia Figueiredo e Vivian Souza, G1 SP — São Paulo


Bruno Covas (PSDB), prefeito de SP e candidato à reeleição, chega à sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para debate eleitoral nesta terça (29) — Foto: Patrícia Figueiredo/G1

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), disse nesta terça-feira (29) que "pode ter pressão para abrir" as escolas para a retomada das aulas presenciais na capital, mas que a volta às aulas só ocorrerá quando a vigilância municipal autorizar.

“Somente quando a vigilância sanitária entender que é o momento apropriado e que nós estamos no momento de maior contenção da doença aqui é que nós vamos autorizar [a retomada das aulas regulares]. Pode ter pressão pra abrir, pode ter pressão pra marcar uma data, não tem problema. Volto a dizer, não temos medo de cara feia, e é exatamente com essa tranquilidade que nós vamos tomar a decisão, lastreada na aprovação da vigilância sanitária que me dá a tranquilidade de poder enfrentar esse desafio”, disse Bruno Covas.

No último dia 20 o sindicato de escolas particulares de SP entrou na Justiça para que o retorno opcional seja permitido ainda em setembro. Nesta terça (29), o secretário de saúde do município, Edson Aparecido, disse que o retorno só deve ser definido após o dia 10 de novembro.

Em relação à licitação para compra de tablets para os alunos da rede municipal usarem no retorno, que foi suspensa nesta segunda (28) pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), o secretário de Governo, Rubens Rizek, afirma que a prefeitura já recorreu e que cada dia de edital suspenso representa um dia de atraso na entrega dos tablets para os estudantes.

“A gente tem esperança de hoje ainda o Tribunal de Contas liberar a licitação e tão logo ele libere a gente já abre a licitação. Então por enquanto nós atrasamos dois dias, a bola tá lá com o Tribunal de Contas. A cada dia que o Tribunal de Contas mantém a licitação suspensa é um dia mais de atraso pra entrega dos tablets”, disse Rizek.

As afirmações foram feitas após um debate promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta terça-feira (29).

Prefeito Bruno Covas (PSDB) durante agenda de campanha nesta terça-feira (29) em São Paulo. — Foto: Daniela Ortiz/Divulgação/ACSP

Segundo a última pesquisa Datafolha, Covas aparece em segundo lugar, com 20% das intenções de voto, atrás do candidato Celso Russomanno (Republicanos), que tem 29%. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com a legislação eleitoral, o prefeito não precisa se afastar da gestão municipal para concorrer às eleições. Se um chefe do Poder Executivo quiser concorrer a outro cargo, daí é preciso renunciar seis meses antes das eleições.

Promessas na saúde

Em seu discurso inicial, Covas falou sobre os desafios que a prefeitura enfrentou durante sua gestão. O prefeito prometeu até maio do ano que vem universalizar o prontuário eletrônico e a telemedicina na saúde municipal da capital.

“Até maio do ano que vem nós teremos universalizado o que hoje é a realidade de vários cantos da cidade de São Paulo, que é o prontuário eletrônico e a telemedicina. Com esses dois instrumentos de tecnologia, nós iremos dar a todos os SUS-dependentes da cidade de São Paulo a mesma qualidade, presteza e rapidez no atendimento da população que tem convênio médico a disposição aqui em São Paulo”, afirmou.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante inauguração de leitos no Hospital da Bela Vista, Centro de São Paulo. — Foto: Divulgação

Demandas dos comerciantes

Durante o debate, integrantes da ACSP trouxeram demandas do setor, como a presença de ambulantes na porta de comércios, a queda na arrecadação durante a pandemia, o alto valor do IPTU e a necessidade de estímulos para a reformada econômica.

Em resposta, Covas disse que está aberto a ouvir os pleitos dos comerciantes e destacou resultados obtidos durante sua gestão.

“Eu volto a dizer a importância da prefeitura estar sempre conectada com entidades como a associação comercial e outras entidades. Ninguém conhece mais do comércio do que o comerciante ou a associação comercial. Não adianta a prefeitura falar ‘olha, eu acho que pra estimular o comércio precisa deste tipo de qualificação’. É precisou ouvir o setor produtivo pra poder utilizar recurso público naquilo que vai ter maior efetividade”, disse Covas.

Movimentação de consumidores na região da Rua 25 de Março, centro comercial popular de São Paulo, na tarde de quinta-feira (24). — Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo

Sobre o custo do IPTU na cidade, apontado como alto por comerciantes da associação, Covas disse que a prefeitura está aberta a receber estudos que mostrem como reduzir o tributo sem comprometer o orçamento municipal.

“Se fosse simples cortar tributo e aumentar programa social, ganhariam o prêmio Nobel da administração pública”, brincou.

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