Blog do Valdo Cruz

Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos


Sede da Petrobras no Rio de Janeiro — Foto: Daniel Silveira/G1

O governo do presidente Jair Bolsonaro quer recuperar duas vagas no Conselho de Administração da Petrobras e voltar a ter oito representantes no órgão. O objetivo é mudar a atual diretoria da estatal e fazer ajustes na política de preços da empresa.

A nova composição do conselho será votada pela Assembleia Geral de Acionistas, convocada para 19 de agosto.

A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer (MDB), a chamada política de paridade internacional, segundo a qual os preços dos combustíveis variam conforme a oscilação de preços no mercado externo.

Quando adotou a medida, a Petrobras disse que poderia haver redução dos preços cobrados dos consumidores, mas, nos últimos meses, com a guerra na Ucrânia e a alta do dólar, os preços tiveram sucessivas altas.

Ao todo, o Conselho de Administração da Petrobras é formado por 11 integrantes. A atual formação é a seguinte:

  • governo: 6 conselheiros;
  • acionistas minoritários: quatro conselheiros;
  • trabalhadores: um conselheiro.

O governo chegou a ter oito conselheiros, mas perdeu uma vaga e, recentemente, mais uma.

Agora, o governo quer retomar essas duas vagas no Conselho de Administração e, para isso, decidiu insistir na indicação de nomes já rejeitados pelos conselheiros:

  • Jônathas Castro, secretário-executivo da Casa Civil;
  • Ricardo Soriano, procurador-geral da Fazenda Nacional.

O Conselho de Administração aprovou, na última segunda-feira (18), o relatório do Comitê de Elegibilidade que considerou Jônathas Castro e Ricardo Soriano inelegíveis.

O comitê avaliou que eles têm conflito de interesse. Motivo: ocupam postos que discutem temas relacionados à estatal como representantes do governo Bolsonaro.

Na reunião, o conselho também aprovou cinco nomes indicados diretamente pelo governo e dois ligados aos minoritários: Gileno Gurjão Barreto, indicado para ser o novo presidente do Conselho de Administração; Edison Garcia, Iêda Aparecida Cagni; Márcio Weber; e Ruy Schneider, indicados pelo governo; e José João Abdalla e Marcelo Gasparino, pelos minoritários.

Os representantes dos minoritários acreditam que vão manter as quatro vagas, aprovando novamente os nomes de Abdalla e Gasparino. As duas outras vagas dos minoritários já estão garantidas: Francisco Petros e Marcelo Mesquita. Se o governo for derrotado, dois nomes encaminhados pelo Ministério de Minas e Energia não seriam aprovados.

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