Sede da Petrobras no Rio de Janeiro — Foto: Daniel Silveira/G1
O governo do presidente Jair Bolsonaro quer recuperar duas vagas no Conselho de Administração da Petrobras e voltar a ter oito representantes no órgão. O objetivo é mudar a atual diretoria da estatal e fazer ajustes na política de preços da empresa.
A nova composição do conselho será votada pela Assembleia Geral de Acionistas, convocada para 19 de agosto.
A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer (MDB), a chamada política de paridade internacional, segundo a qual os preços dos combustíveis variam conforme a oscilação de preços no mercado externo.
Quando adotou a medida, a Petrobras disse que poderia haver redução dos preços cobrados dos consumidores, mas, nos últimos meses, com a guerra na Ucrânia e a alta do dólar, os preços tiveram sucessivas altas.
Ao todo, o Conselho de Administração da Petrobras é formado por 11 integrantes. A atual formação é a seguinte:
- governo: 6 conselheiros;
- acionistas minoritários: quatro conselheiros;
- trabalhadores: um conselheiro.
O governo chegou a ter oito conselheiros, mas perdeu uma vaga e, recentemente, mais uma.
Agora, o governo quer retomar essas duas vagas no Conselho de Administração e, para isso, decidiu insistir na indicação de nomes já rejeitados pelos conselheiros:
- Jônathas Castro, secretário-executivo da Casa Civil;
- Ricardo Soriano, procurador-geral da Fazenda Nacional.
O Conselho de Administração aprovou, na última segunda-feira (18), o relatório do Comitê de Elegibilidade que considerou Jônathas Castro e Ricardo Soriano inelegíveis.
O comitê avaliou que eles têm conflito de interesse. Motivo: ocupam postos que discutem temas relacionados à estatal como representantes do governo Bolsonaro.
Na reunião, o conselho também aprovou cinco nomes indicados diretamente pelo governo e dois ligados aos minoritários: Gileno Gurjão Barreto, indicado para ser o novo presidente do Conselho de Administração; Edison Garcia, Iêda Aparecida Cagni; Márcio Weber; e Ruy Schneider, indicados pelo governo; e José João Abdalla e Marcelo Gasparino, pelos minoritários.
Os representantes dos minoritários acreditam que vão manter as quatro vagas, aprovando novamente os nomes de Abdalla e Gasparino. As duas outras vagas dos minoritários já estão garantidas: Francisco Petros e Marcelo Mesquita. Se o governo for derrotado, dois nomes encaminhados pelo Ministério de Minas e Energia não seriam aprovados.