Profissionais da educação protestam contra o retorno das aulas presenciais na rede municipal de Mogi

Prefeitura de Mogi confirma que três servidores morreram de Covid-19, mas diz que profissionais não atuam em escolas que retornaram as aulas presenciais.

Por Diário TV 2ª Edição


Profissionais da rede municipal de Mogi protestam contra a volta às aulas presenciais

Na semana em que 30 escolas de ensino infantil da rede municipal retomaram as aulas em Mogi das Cruzes, professores e outros funcionários da área da educação foram às ruas para protestar. Eles querem a suspensão das aulas presenciais. A reivindicação ganhou força depois da morte da diretora de uma creche por Covid-19.

Durante a manifestação, professores, diretores e outros funcionários usaram roupas pretas. Eles reclamaram da insegurança na volta ao trabalho e pedem a suspensão das aulas presenciais até que todos os funcionários tenham tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19.

A manifestação também foi realizada por causa da morte na noite desta terça-feira (8) de Ana Paula Santos, diretora do Centro de Educação Infantil Lourdes Guerra de Campos, de Covid-19.

Segundo a prefeitura, antes da diretora, outros dois funcionários da rede municipal tinham morrido por Covid-19: a agente escolar Eliana de Oliveira Berthão, da escola municipal Professor Sérgio Hugo Pinheiro, e Alexandre Araújo da Silva, auxiliar de desenvolvimento da educação da escola municipal rural Bairro São João.

Profissionais da educação se reuniram em frente à Prefeitura de Mogi. — Foto: Reprodução/TV Diário

A prefeitura não detalhou quando foram as mortes, mas afirmou que os três não estavam trabalhando presencialmente.

Além dos manifestantes que ficaram na frente da prefeitura, outros permaneceram dentro de veículos e fizeram um buzinaço. O trânsito chegou a ficar parado no local.

Sindicato

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Municipal de Mogi das Cruzes informou que reforçou a reivindicação pela retomada das aulas presenciais só depois que todos os funcionários da rede tiverem tomado a segunda dose.

A diretora Sueli Martins Cardoso também disse que não faz sentido voltar agora já que mês que vai ter recesso escolar. Ela afirma que a categoria está cansada das aulas on-line, mas que é preciso priorizar a segurança.

Prefeitura

O secretário de Educação de Mogi das Cruzes, André Stábile, disse que o compromisso da pasta é o de acompanhar, com cautela e responsabilidade, os itens de protocolos sanitários e o retorno das aulas.

“A mais importante decisão que nós tomamos e talvez produza um resultado positivo foi a antecipação da vacinação para que, o quanto antes, os profissionais da educação estejam imunizados e o retorno seja mais seguro”, destacou.

Stábile garantiu ainda que é realizada uma campanha permanente para o respeito dos protocolos sanitários em todos os ambientes sociais. Ele ressalta ainda a importância de um pacto na defesa dessas medidas para resultados positivos.

“O Unicef publicou uma pesquisa recente de que existe, de fato, um desastre, uma catástrofe nacional. Existem desafios na área de alimentação dessas crianças, um retrocesso cognitivo das que estão no processo de socialização e alfabetização. Existe um desafio socioemocional tanto das crianças quanto dos familiares. E existe uma situação emergencial de violência e a educação é o maior equipamento na rede de proteção de meninas e meninos de Mogi das Cruzes e do país todo. De fato, algumas crianças necessitam muito dessa proteção”, destacou.

Sobre a vacinação, o secretário diz que a prefeitura cobra sempre mais doses do imunizante contra a Covid-19 para continuar o processo de antecipação. “O nosso compromisso é o de fazer uma reavaliação permanente do cenário para garantir segurança a todos”, ressalta. Em caso de qualquer caso notificado por Covid-19, há a suspensão das aulas. Até o momento, há dois casos suspeitos em unidades particulares da cidade.

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