• Agência ANSA
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Moscou, capital da Rússia (Foto: Mark Kolbe/Getty Images)

Moscou, capital da Rússia (Foto: Mark Kolbe/Getty Images)

A Rússia está "preparada" para um "rompimento total" de relações com a União Europeia caso o bloco volte a aplicar sanções contra Moscou que possam colocar em risco a economia do país, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira (12).

"Assumimos que estamos prontos se nós virmos, novamente, que há sanções que possam criar riscos para a nossa economia, incluindo setores muitos sensíveis. Nós não queremos nos isolar do mundo, mas nós precisamos estar prontos. Se você quer paz, prepare-se para a guerra", disse Lavrov ao programa "Solovyov Live" conforme republicou a agência Sputnik.

Segundo o ministro, os europeus estão aplicando "sanções por sanções, pelo simples prazer de punir" e que isso "não trará frutos e não pode nos retirar da nossa política de proteger os nossos interesses".

 A Sputnik ainda publicou uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia dizendo que Lavrov fez um apelo "para uma cooperação igual e com respeito mútuo", e que o termo "ruptura total" foi usado pela mídia "fora de contexto" - mesmo que a mídia citada tenham sido as agências estatais.

"O sentido é que nós não queremos isso. Nós queremos desenvolver as relações com a UE, mas se a UE escolher esse caminho, então nós estamos prontos como qualquer um tem que ficar pronto para o pior", acrescentou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.

No entanto, a entrevista de Lavrov já está repercutindo entre os membros do bloco. O governo da Alemanha, que atualmente está na presidência rotativa da União Europeia, afirmou que as palavras são "desconcertantes e que não podem ser compartilhadas" pelos alemães.

A fala do ministro russo vem após uma semana marcada por polêmicas. Há exatos sete dias, o representante do Kremlin se reunia com o alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, e ambos prometiam ampliar os canais de comunicação para evitar crises.

Porém, horas depois, Moscou expulsou os embaixadores da Alemanha, Polônia e Suécia por conta da participação deles em um ato em prol da liberdade do opositor Alexei Navalny. Os três países tomaram a medida recíproca nesta semana. A questão do advogado é considerada "inaceitável" pelo bloco, que o considera um preso político e já gerou sanções contra aliados do presidente Vladimir Putin.