O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou o discurso da necessidade da vacinação em massa para a economia e geração de emprego. Ele, que tem 71 anos, disse que já queria ter sido vacinado.
"O que vem pela frente é a vacinação em massa, porque os 38 milhões de invisíveis que descobrimos precisam dessa vacinação", afirmou, em referência aos brasileiros pobres que se cadastraram para receber o auxílio emergencial e que estavam fora de outros programas sociais.
"Economia e saúde são indissociáveis. Se quisermos que esses 38 milhões possam trabalhar para ganhar suas próprias vidas, eles têm que ser vacinados", continuou. "A vacinação em massa é um passo indispensável, permite que haja uma redução dramática do desemprego."
O ministro disse ainda que a economia estava decolando, mas houve um recrudescimento da pandemia. Por isso, pediu que as pessoas mantenham a resiliência e se defendam com máscaras. “Vamos para vacinação em massa”, frisou, destacando que o país tem um protocolo para enfrentamento da crise e que vai renovar os programas que deram certo.
As declarações foram dadas em entrevista à rede CNN, gravada na segunda-feira após a promulgação da PEC Emergencial - que permitiu a renovação do auxílio emergencial e o estabelecimento de medidas fiscais, mas sofreu forte desidratação no Congresso.
Guedes disse que o Congresso Nacional tem aprovado cerca de 70% das medidas que a equipe econômica encaminha e que esse coeficiente é razoável, considerando o “fogo amigo”, e “satisfatório para a economia se mover”.
O ministro espera que a reforma administrativa tenha uma aprovação relativamente rápida, mas considera que no caso da tributária a tramitação é um pouco mais complexa.
“A reforma administrativa está pronta para ser aprovada. É uma reforma leve e suave”, frisou, acrescentando que a medida consegue reduzir R$ 150 bilhões nas três esferas do governo e, no caso do nível federal, a economia é de mais de R$ 300 bilhões. “Esse ano teoricamente não é de eleição e eu vejo que as reformas vão andar”, destacou.
Destacou que a promulgação da PEC Emergencial vai possibilitar que o governo renove programas que deram certo citando, além do auxílio emergencial, o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), que prevê a suspensão de contratos de trabalho e redução de salário, e o Pronampe.
O ministro disse ainda que aumentar tributos em momentos de crise só contribuiu para piorar a situação econômica.
Sobre o impacto no mercado da ingerência do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Guedes frisou que é natural que um político, referindo-se a Bolsonaro, se preocupe com a base eleitoral dos caminhoneiros, mas isso teve e tem um custo econômico elevado.
Segundo ele, é preciso ver como o novo presidente da Petrobras, Joaquim Luna e Silva, vai enfrentar a questão da governança. No que diz respeito à Lava-Jato, Guedes disse que não foi uma ficção e que realmente havia uma grande liderança política à frente de tudo, mas não citou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.