Por Guilherme Santos e Thalita Morete, RJ2


Sem poder reconhecer corpo, filha não tem certeza se enterrou o pai

Sem poder reconhecer corpo, filha não tem certeza se enterrou o pai

O drama da família de Claudio José da Silva, morto aos 56 anos com coronavírus no Rio, continua mesmo após o sepultamento. Sem poder reconhecer o corpo, os familiares não sabem se enterraram a pessoa certa.

Daiana Padilha da Silva, filha da vítima, diz que os pertences do pai também sumiram do hospital.

"Eu queria só ter essa paz, essa certeza de que eu realmente enterrei ele. Estou pedindo só um pouco de dignidade, um pouco de paz e nem isso estão proporcionando pra gente", desabafou.

Sem reconhecer o corpo, família tem dúvidas de que enterrou a pessoa certa — Foto: Reprodução - TV Globo

A cerimônia ocorreu com o caixão fechado devido ao diagnóstico de Covid-19. Apesar disso, a certidão de óbito não aponta a doença como causa da morte.

Claudio começou a sentir os sintomas da doença e, no dia 13, fez uma radiografia que mostrava comprometimento no pulmão. Ele foi dispensado para cumprir a quarentena em casa.

O caso se agravou e ele foi a uma emergência, onde morreu quatro dias depois. O resultado do exame deu positivo, mas a informação não consta na certidão.

Não tenho certeza (se foi enterrada a pessoa certa). Tem tantos erros acontecendo que isso gera nossa dúvida. Com tanta tecnologia por que não tiraram uma foto, não fizeram um vídeo?", lamenta Daiana.

A família também perdeu o tio para a Covid-19. Quatro dias antes, o irmão de Claudio morreu - mas o caixão dele foi aberto e a família conseguiu fazer o sepultamento de uma forma digna.

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