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Política Eleições 2022

Alianças fazem Lula e Bolsonaro rivalizarem em liderança do fundo eleitoral

Apoio da esquerda destina R$ 878 milhões ao petista e aliados; acerto com o Centrão dá R$ 870 milhões à coligação do presidente
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: Agência O Globo
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: Agência O Globo

BRASÍLIA — As alianças em potencial para a eleição devem deixar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um patamar semelhante de recursos do fundo eleitoral, disponíveis para a campanha de 2022. Filiado ao PL e com o provável apoio de PP e Republicanos, o titular do Palácio do Planalto deverá ter R$ 870 milhões à disposição para sua coligação, enquanto o petista, caso concretize a aliança com PSB, PCdoB e PV, ficará com R$ 878,3 milhões. Esses recursos também abastecerão outras campanhas nos estados.

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Os recursos são importantes para bancar despesas com propaganda e viagens pelo país durante a campanha. Por isso, eventuais acordos que devem ser costurados no próximo ano podem ser fundamentais para o sucesso das candidaturas. Na terça-feira, o Congresso aprovou o montante de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral no ano que vem — a estimativa sobre os valores de cada partido foi feita com base nos critérios usados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os valores ainda podem sofrer algumas alterações.

No arco em torno de Bolsonaro, o PP, o quarto da lista, aparece com R$ 341 milhões. O PL, por sua vez, terá R$ 285,1 milhões, enquanto o Republicanos contará com R$ 243,9 milhões. No lado de Lula, o PT, com R$ 488 milhões, é a segunda sigla a receber mais recursos — PSB (R$ 265,6 milhões), PCdoB (R$ 75 milhões) e PV (R$ 49,7 milhões).

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A liderança no quesito entre os candidatos à Presidência, no entanto, provavelmente dependerá da decisão a ser tomada pelo União Brasil, sigla que será formada a partir da fusão entre DEM e PSL. A futura legenda aparece no topo da lista, com R$ 776,4 milhões — quase o dobro do PT —, mas ainda não há uma decisão tomada sobre o caminho em 2022.

O nome do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta ainda está colocado como pré-candidato, mas há uma ala que defende o apoio ao ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e outra que prefere a liberação dos diretórios estaduais (leia mais na página 8). Por enquanto, Moro conta com os R$ 189 milhões do Podemos.

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Também na terceira via, o MDB, que anunciou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS), terá R$ 359,4 milhões, enquanto o PSD, que avalia lançar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ficará com R$ 336,7 milhões. O PSDB, que escolheu o governador de São Paulo, João Doria, para liderar o projeto da sigla ao Planalto terá R$ 316,2 milhões do fundo eleitoral.

Já o PDT, do presidenciável Ciro Gomes, aparece com R$ 250,4 milhões.

O total do fundo eleitoral disponível no ano que vem representa quase o triplo do valor disponibilizado em 2018, de R$ 1,7 bilhão. Na comparação com 2020, o montante atual é duas vezes maior. Na eleição mais recente, o PT liderava a lista das siglas que mais receberam, com R$ 201,2 milhões. Na sequência estava o PSL, com R$ 199,4 milhões.