Por Jamile Racanicci, TV Globo — Brasília


O Banco Central (BC) avaliou nesta quinta-feira (24) que o sistema financeiro nacional está "preparado" para enfrentar eventuais riscos causados pelas "tensões geopolíticas internacionais", como os ataques feitos pela Rússia à Ucrânia.

A avaliação consta em comunicado do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do BC, que se reuniu nesta quinta-feira (24).

Para o Comef, o nível de exposição do sistema financeiro do Brasil aos efeitos do conflito é "baixo" e o maior risco seria uma eventual disparada do dólar, que poderia "contaminar" os ativos locais. No entanto, o comitê considerou que hoje a dependência dos bancos nacionais de financiamento externo é reduzida, de forma que a exposição às variações no dólar também seria baixa.

"O comitê está atento à evolução recente do cenário internacional e segue preparado para atuar, minimizando eventual contaminação desproporcional sobre os preços", afirma em nota.

O Comef avaliou também que as instituições financeiras têm feito provisões em nível adequado. Essas reservas em dinheiro são importantes para os bancos terem recursos suficientes para fazer empréstimos.

Neste sentido, o comitê monitora a disponibilidade de crédito no mercado para evitar uma situação de escassez, o que tornaria os empréstimos e financiamentos mais caros.

No comunicado, o Comef também recomenda que as instituições financeiras continuem operando de forma "prudente", por entender que ainda restam incertezas.

Como as famílias sofreram uma queda na renda disponível para pagar dívidas, o comitê ressalta a importância de os bancos emprestarem dinheiro com precaução.

Impacto na dívida pública

Quanto à repercussão da tensão internacional nos juros da dívida do governo, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou nesta quinta-feira (24) que o Brasil está preparado para lidar com o impacto da instabilidade dos mercados internacionais.

"O Brasil está bem estruturado para alguma volatilidade internacional", afirmou o secretário.

Nesse sentido, Valle argumentou que o Tesouro possui dinheiro em caixa suficiente para cobrir toda a necessidade de financiamento do governo em 2022.

Além disso, o secretário destacou que 95% da dívida brasileira foi emitida em reais, portanto, não se afeta diretamente pela variação no dólar.

"A gente acompanha o mercado permanentemente e estamos muito atentos, tomaremos as medidas que forem necessárias", disse Valle.

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