Por Sebrae/SC

A economia brasileira sofreu grandes impactos desde o início da pandemia e, ao longo de quase dois anos, praticamente todos os segmentos tiveram uma desaceleração expressiva. Um dos principais fatores que trazem preocupação é a inflação, que deve ficar acima do esperado em 2022, levando a um aumento das taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central.

Essas variações impactam diretamente as famílias brasileiras, que têm seu poder de compra reduzido e o acesso a linhas de crédito dificultado. Além disso, com a renda crescendo abaixo do que se espera e o desemprego também estão relacionados com a estagnação da economia.

Claudio Ferreira, analista técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/SC), avalia o que esses fatores significam para as expectativas em 2022:

“Na prática, isso resulta em menos investimentos por parte das empresas e menor geração de empregos. Mas podemos esperar um 2022 ainda com uma tendência de recuperação das perdas de consumo provocadas pelas mudanças de comportamento pela Covid-19, e também oportunidades no mercado externo, como valorização do câmbio, por exemplo, ou mesmo do e-commerce, que cresceu muito nos últimos anos”.

Em nota informativa divulgada no mês de setembro, o Ministério da Economia apontou que a projeção da Secretaria de Política Econômica (SPE) para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 é um crescimento de 5,3% e, para o ano que vem, de 2,5%. Os bons números de 2021, que apontam para a retomada, devem se esgotar no próximo ano, quando o efeito do retorno dos setores de comércio e serviços se dissipar. A desaceleração, porém, não está restrita ao Brasil e deve ser sentida globalmente, podendo impactar negociações no comércio exterior.

Expectativas para Santa Catarina

Com alta de 9,8% nos últimos 12 meses, a economia catarinense está 0,7% acima da projeção para o trimestre anterior. No entanto, de acordo Claudio, o momento ainda é de cautela: mesmo com o destaque do Estado no cenário nacional, tendo gerado 184 mil empregos e com uma estimativa de crescimento acima da média brasileira, ainda há receio sobre novos investimentos e a recuperação do poder aquisitivo da população.

Em 2021, setores que geram e agregam muitos empregos, como a confecção, construção e transporte de cargas tiveram recuperações. Segundo o analista do Sebrae/SC, este foi um ano positivo e que recuperou as perdas expressivas do ano anterior.

“Vários segmentos econômicos relevantes da economia do Estado estão aquecidos, como de alimentos, construção e metalurgia, e nossa economia é muito diversificada e inovadora. Com as condições de maior fluxo de pessoas recuperadas, assim como mais pessoas na economia ativa, parte das incertezas serão superadas e seguiremos crescendo acima da média nacional”, avalia o analista.

Setores que devem crescer em 2022

Conheça alguns dos segmentos da economia nacional e catarinense que devem apresentar bons resultados no próximo ano:

  • Tecnologia

Nos últimos dois anos, a tecnologia se mostrou, mais do que nunca, uma grande aliada das empresas, e foi aplicada em estratégias de vendas online, marketing digital e também reforçando a segurança cibernética, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrar em vigor no país.

  • Transporte e logística

Assim como a tecnologia transformou a atuação das empresas no digital, os consumidores também se adaptaram a novas formas de fazer compras, e o setor de logística e transportes vem se adaptando a uma demanda crescente desde 2020. Last mile (última milha), rastreamento de produtos e agilidade nas entregas são algumas das prioridades do segmento.

  • Saúde e estética

Com maior preocupação com o bem-estar físico, é provável que as pessoas retomem os cuidados com a saúde e os procedimentos estéticos. Em 2021, o setor já retomou o crescimento, com os profissionais de volta às clínicas. Entre os serviços mais procurados estão procedimentos como aplicações de botox, preenchimentos e depilação definitiva.

  • Turismo e eventos

Após um período de demandas reprimidas, hotéis, bares e restaurantes devem ver um crescimento no próximo ano. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o segmento deve realizar cerca de 478 mil trabalhadores formais até fevereiro de 2022 e, destes, em torno de 81 mil serão contratações temporárias para a alta temporada.

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