Política

André Mendonça deixa o Ministério da Justiça e volta para a Advocacia-Geral da União

José Levi foi demitido nesta segunda-feira por Bolsonaro; secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres é cotado para o posto no governo federal
O ministro da Justiça, André Mendonça Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
O ministro da Justiça, André Mendonça Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta segunda-feira o ministro José Levi, da Advocacia-Geral da União (AGU). O titular da Justiça, André Mendonça, vai retornar à AGU, cargo ocupado até abril do ano passado. No lugar dele, assumirá o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

Mendonça substituirá o advogado-geral da União José Levi , que foi demitido nesta tarde. O presidente ficou incomodado, porque o ministro não assinou a ação que o Executivo ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir governadores de adotarem medidas restritivas de circulação durante o agravamento da pandemia da Covid-19. O pedido, apresentado há dez dias, levou a assinatura apenas de Bolsonaro.

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"Com o meu mais elevado agradecimento pela oportunidade de chefiar a Advocacia-Geral da União, submeto à elevada consideração de Vossa Excelência o meu pedido de exoneração do cargo de Advogado-Geral da União", diz carta enviada pelo advogado-geral da União, José Levi.

Pela manhã, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão . À tarde, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi demitido. Em nota, Azevedo e Silva disse que sai "na certeza da missão cumprida", sem explicar o motivo da demissão. Ele também destacou que preservou as Forças Armadas como instituição de Estado em sua gestão. O Palácio do Planalto ainda não se manifestou oficialmente.

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"Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado", afirmou no texto.

No ano passado, Mendonça foi criticado por entrar com habeas corpus em favor do então ministro da Educação, Abraham Weintraub, no inquérito de investigação de fake news em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido visava suspender a convocação de Weintraub para depor na Corte por ter afirmado em reunião ministeriall que deveriam se colocar "vagabundos na cadeia" e "começando pelo STF". O habeas corpus foi considerado sem precedentes por antecessores de Mendonça no cargo.