• Redação GQ
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A fibromialgia é um transtorno de dor crônica generalizada que traz grandes impactos na qualidade de vida do paciente (Foto: Unsplash)

A fibromialgia é um transtorno de dor crônica generalizada que traz grandes impactos na qualidade de vida do paciente (Foto: Unsplash)

Estudos recentes realizados na Itália mostram que cerca de 70% dos pacientes com fibromialgia têm sofrido com o agravamento da doença durante a pandemia. As pesquisas no Brasil ainda estão em andamento, mas os especialistas já percebem por aqui esse mesmo cenário. Isso acontece porque, em muitos casos, o tratamento teve de ser interrompido ou por causa do estresse psicológico que o isolamento social traz a estes pacientes.

“Hoje, nós sabemos que os sintomas da covid-19 podem se estender por meses. É o que chamamos de síndrome pós-covid. A fadiga - sintoma predominante na fibromialgia - é um dos sinais mais relatados pelos pacientes. Logo, pessoas com fibromialgia podem estar mais vulneráveis à fadiga pós-covid”, alerta o reumatologista Fabio Jennings, membro da Sociedade Paulista de Reumatologia.

Os efeitos da pandemia se acentuam nos pacientes que já têm a doença em função dos impactos do isolamento social, da falta de prática de atividade física e do estresse psicológico. “Os pacientes com condições têm dado continuidade ao tratamento por meio da telemedicina. Os que não têm, infelizmente, estão procurando mais os serviços de saúde, e estão com mais sintomas nesse momento”, reforça o reumatologista.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia atinge cerca de 7 milhões de pessoas e se estima que uma a cada 12 pessoas tem a doença no mundo. A doença se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura, e atinge mais as mulheres. O paciente apresenta também sintomas de fadiga, sono não reparador, alterações de memória e atenção, ansiedade e depressão - interferindo diretamente na qualidade de vida e na independência. A causa do aparecimento da doença é desconhecida, mas algumas pesquisas apontam o estresse e a tensão como indutores.

Canabidiol como tratamento

A prática regular de atividade física tem papel fundamental no tratamento da fibromialgia, mas nem sempre é o suficiente. Por isso, o reumatologista pode prescrever medicamentos como antidepressivos, anticonvulsivantes e até canabidiol.

Há estudos que evidenciam os benefícios do canabidiol em dor crônica em geral e esses resultados são animadores para o tratamento de um determinado grupo de pacientes com fibromialgia. “É uma terapia que tem demonstrado um benefício para a dor, mas que deve ser indicada bem especificamente para os paciente com perfil adequado, já que pode causar alterações de comportamento, alterações motoras, como efeitos colaterais e até mesmo dependência”, finaliza Jennings.