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Política

Adiamento de relatório contra Ricardo Barros é visto como manobra para poupá-lo até a CPI acabar

Ricardo Barros, o novo líder do governo Bolsonaro na Câmara


Alvo de uma representação do PSOL no Conselho de Ética da Câmara desde o início de julho, Ricardo Barros deixou para se defender das acusações na semana passada, um mês após o prazo recomendado pelo colegiado, que acabou em setembro. Ele é acusado de interferir no Ministério da Saúde em prol da compra da vacina indiana Covaxin.

Responsável por relatar o caso, o deputado Cezinha da Madureira (PSD-SP) entregou seu voto ao colegiado no fim de setembro e deveria ter feito a leitura do parecer, favorável à abertura de uma investigação, na semana passada. A sessão, no entanto, foi adiada.

Isso porque, com a defesa de Barros entregue após a elaboração do relatório, foi preciso segurar o andamento da representação para analisar as novas declarações do deputado. Ele diz que é vítima de uma narrativa mentirosa, já desmentida em depoimentos da CPI da Covid, no Senado.

O trabalho dos senadores, aliás, seria a salvação de Barros diante do conselho, conforme projetam integrantes que veem na defesa tardia uma estratégia. Eles acreditam que o atraso no trabalho dos pares teria sido proposital: uma manobra para esvaziar a ação do PSOL ante os contornos que o relator Renan Calheiros pode trazer para o desfecho de Barros na CPI. Nesse cálculo, a representação contra Barros perderia o peso a depender do que o parecer de Renan trará.

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