BRASÍLIA — Pelo terceiro mês consecutivo, o nível de endividamento do país caiu e atingiu 84,5% do PIB em maio. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC).
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A relação dívida/PIB vem caindo rapidamente depois de uma trajetória de alta em 2020 e de beirar o patamar de 90% em fevereiro deste ano, ao fechar o mês em 89,4%. Em março, o índice já caiu para 87,8%, seguido de uma queda mais intensa em abril para 85,6% e uma nova redução em maio.
A economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, explica que o resultado do mês reflete principalmente a surpresa do PIB, que veio acima do esperado no primeiro trimestre e cuja as expectativas vêm subindo nas últimas semanas . Em uma escala menor, a desvalorização cambial também foi relevante.
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— A gente também vê que a relação dívida/PIB vem caindo rapidamente depois de beirar os 90% em fevereiro. Tivemos uma alta muito grrande, acima do que era esperado e agora ela está se acomodando a patamares de uma tendência mais condizente com a retomada do crescimento econômico — disse a economista.
Apesar de um déficit nas contas públicas de R$ 15,5 bilhões em maio, a trajetória de queda reflete os resultados fiscais positivos registrados ao longo do ano, com um superávit de R$ 60,3 bilhões. No mesmo período do ano passado, o resultado era de um déficit de $ 214 bilhões.
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Revisão de estimativas
Antes da divulgação desta quarta-feira, o Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, revisou suas estimativas e passou a projetar que a relação dívida/PIB deve chegar ao final deste ano em 85,6% por conta de um PIB mais alto e da melhora dos resultados fiscais.
Patrícia Krause, economista-chefe para a América Latina da Coface, destaca que essa trajetória de queda neste ano já era esperada, mas para o ano que vem a tendência é que suba novamente porque as condições de 2021, como uma retomada mais intensa da economia, não estarão presentes.
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— Isso é um efeito temporário até o final do ano. Tem uma base muito fraca de comparação. Depois disso, a gente sabe que a gente continua precisando de reformas estruturais, que possa não só ajudar a continuar crescendo forte, porque não vamos continuar crescendo 4%, como também no sentido de consolidação fiscal, porque não houve uma consolidação — afirmou a analista.
A estatística considera a dívida pública bruta, que compreende o governo federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais. O dado é acompanhado de perto pelo mercado financeiro para medir a capacidade do país de pagar suas dívidas, o chamado nível de solvência.