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Por Redação ge — Rio de Janeiro


Além de algumas mudanças técnicas, a F1 sofreu também alterações no regulamento esportivo na temporada 2021. Uma delas foi em relação ao tempo de duração dos dois primeiros treinos livres, realizados às sextas-feiras, que passaram de 1h30 para apenas 1h, obrigando os times a irem a pista assim que a sessão começa, criando mais ação no primeiro GP do ano, no Bahrein. Segundo o diretor técnico da Mercedes, James Allison, a mudança tem um grande impacto para os times.

- Todas as equipes tiveram que fazer mudanças. Passar de uma hora e meia a uma hora para essas sessões faz uma grande diferença. No ano passado, podíamos nos dar ao luxo de, no início das sessões, esperar alguns minutos, talvez dez minutos às vezes (para ir à pista) para deixar outras equipes limparem a pista e colocá-la em um estado onde possamos começar a trabalhar em nosso programa. Esse luxo se foi com essa mudança. Agora, você precisa ir para a pista quando a sessão começar, mantendo sempre os carros andando. Essa falta de meia hora significa que você realmente precisa manter o carro na pista o máximo possível - explica.

Detalhe da parte traseira do carro da Mercedes de 2021, com o mesmo conceito do ano passado — Foto: Joe Portlock/Getty Images

Com a meia hora que tinham a mais, os times podiam testar mudanças nos carros e até uma filosofia diferente no ajuste dos mesmos. Segundo Allisson, isso agora não é mais possível.

- Na verdade, não há tempo para improviso ou mudança de filosofia. Agora você tem que ter um plano pré-programa, e tem de cumpri-lo e executá-lo de forma limpa. Acho que levávamos algo como seis ou sete minutos para fazer as mudanças entre cada ida à pista, o que coloca uma grande limitação no tipo de coisas que você pode pensar em fazer na sessão - esclarece Allison.

Apesar do desafio para os times, James crê que a mudança tornou os treinos livres mais atraentes para os fãs, já que era comum ver momentos das sessões sem que houvessem carros na pista.

- É uma pressão muito grande. Mas também é muito emocionante, e acho que provavelmente é um produto melhor para os fãs porque a ação na pista está sempre lá - conclui.

James Allison, diretor-técnico da Mercedes, no GP da Hungria — Foto: Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

O diretor técnico da Ferrari, Laurent Mekies, também apontou os impactos da mudança nos tempos da sessão, pontuando que agora os pilotos precisam cada vez mais trabalhar em equipe para obter mais informações a respeito do comportamento do carro e dos pneus.

- Durante o primeiro treino livre você não pode mais tentar as simulações de corrida. Ninguém o fez no Bahrein. Mas talvez no futuro encontremos uma maneira de fazer isso novamente, mas no momento esse tipo de trabalho vai desaparecer, então perdemos esses dados. Durante a segunda sessão de treinos livres, você não pode mais se dar ao luxo de fazer simulação de corrida com dois tipos de pneus diferentes com cada piloto. Teremos que escolher antes do início da segunda sessão: quem vai experimentar o composto macio, quem vai experimentar o composto médio. Caso contrário, não teremos os dados sobre como os diferentes compostos funcionam. Esta situação exige ainda mais trabalho em equipe - diz Mekies.

Laurent Mekies, diretor técnico da Ferrari — Foto: Mark Thompson/Getty Images,

Para entender essa e outras mudanças na F1 em 2021, clique aqui e acesse nosso guia da temporada.

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