• Rennan A. Julio
Atualizado em
Barbara Minuzzi, fundadora da Babel Ventures (Foto: Divulgação)

Barbara Minuzzi, fundadora da Babel Ventures (Foto: Divulgação)

Quando tinha somente 15 anos de idade, Barbara Minuzzi, gaúcha de Pelotas, começou a vender algumas roupas no colégio onde estudava. Ali, mostrava os primeiros sinais de empreendedorismo. Depois da primeira experiência, nunca parou. Teve lojas de roupas, uma fábrica e, de tanto se interessar pela gestão financeira dos negócios, caiu no mercado de investimentos. E não saiu mais.

Aos 21 anos, começou a operar fundos imobiliários para a mãe de uma amiga. Depois de muito estudo, foi trabalhar em uma fintech do mesmo setor.

De lá, conheceu Felipe Menezes e Thomaz Ayres e decidiu empreender no mercado financeiro pela primeira vez, fundando a Investhaus, um fundo imobiliário.

Com o negócio indo bem e o mercado brasileiro passando por um momento delicado, Barbara decidiu empreender nos Estados Unidos pela primeira vez. Foi para Miami inaugurar a Investhaus USA. Quando chegou ao mercado norte-americano, começou a se interessar pelo setor de tecnologia.

Barbara Minuzzi diz ter sido a primeira mulher latina a ter um fundo de investimentos no Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Barbara Minuzzi diz ter sido a primeira mulher latina a ter um fundo de investimentos no Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Em uma viagem para o Vale do Silício, ficou impressionado pelo que chama de “senso coletivo” das startups. “Ninguém me conhecia e mesmo assim todos me trataram muito bem, procurando ajudar”, diz. Foi então que em 2014, aos 24 anos, percebeu que queria investir ali. A Babel Ventures, entretanto, só foi aberta em 2017.

“Eu percebi que empreendedores de tecnologia são muito movidos por propósito. Queria atuar com essas startups”, afirma. O processo de transição, entretanto, não foi simples. Há insegurança e altos riscos nesse mercado, portanto achar parceiros e investidores para o negócio deu trabalho. “Bati em muita porta.”

Escritório da Babel Ventures no Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Escritório da Babel Ventures no Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Em 2016, mudou-se para o Vale, logo após a eleição de Donald Trump. “Não foi fácil ser a primeira latina a ser gestora e fundadora de um fundo aqui”, diz.

A empresa hoje atua com startups de biotecnologia, com US$ 15 milhões levantados, e empresas que trabalham com blockchain, em um fundo de US$ 20 milhões. “Em um mercado conservador, sempre me senti confortável pela questão da paixão e do propósito. Isso derruba o risco lá para baixo. A tecnologia é muito melhor do que qualquer mercado que já transitei.”

Barbara procura perfis diferentes de startups para investir. No caso das biotechs, busca empresas em estágio inicial baseadas nos Estados Unidos; no fundo de blockchain, a empreendedora busca empresas de todo o mundo, mas com sede nos Estados Unidos e passagem em aceleradoras ou incubadoras do Vale.