Eliete Fontenele relatou em detalhes drama vivido em jogo de futsal no Piauí; veja
Um ano depois, as lembranças ainda machucam. A árbitra Eliete Maria Fontenele, agredida com socos no rosto pelo jogador de futsal Rodrigo Quixaba, em Parnaíba, no Piauí, ainda guarda consigo as marcas de um triste caso de agressão que ganhou rápida repercussão no dia 4 de junho de 2019. Eliete revelou que, embora o caso tenha sido parcialmente encerrado na Justiça, ela ainda se sente frustrada com o desfecho de tudo o que viveu. O atleta expulso da universidade onde o campeonato era realizado foi condenado a pagar indenização por agressão e, segundo Eliete, ele ainda responde por danos morais.
- Às vezes, para trabalhar, tenho um pouco de dificuldade, mas desistir de fazer o que eu amo, jamais vou desistir de trabalhar com esporte e como árbitra. Ele deixou uma ferida que ainda não está cicatrizada. A Justiça ainda não faz por merecer essas pessoas que fazem agressão, principalmente com mulher. Minha revolta maior é isso. Não tem lei para parar esse tipo de agressão. Gostaria que tivesse a Justiça, mas severa porque ainda foi fraca. Tem aquela justiça de Deus, que tarda, mas não falha – declarou a árbitra de 44 anos.
Eliete Fontenele é árbitra de futsal e conduzia a partida de um campeonato entre cursos da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).
O tumulto começou com uma briga generalizada entre os jogadores dos cursos de Engenharia de Pesca e Contabilidade. Os socos e pontapés paralisaram a partida válida pelo campeonato interno da UFDPar promovido entre universitários. Logo após o fim da briga, Eliete aplicou cartão vermelho a dois atletas. Rodrio Quixaba se irritou com a punição da árbitra, se exaltou e também foi expulso. Rodrigo reagiu agredindo a juíza com socos no rosto.
Após expulsar jogador, árbitra é agredida com socos em partida de futsal
Logo após a agressão, Eliete Fontenele registrou um Boletim de Ocorrências no Complexo da Polícia Civil, em Parnaíba. A Polícia Militar realizou buscas na região, mas não conseguiu encontrar o jogador. O exame de corpo de delito apontou lesão corporal leve.
A direção do campus Ministro Reis Velloso repudiou por meio de nota o episódio e abriu sindicância interna para apurar a conduta do aluno. Rodrigo Quixaba foi expulso da instituição três meses depois.
Mesmo sem entendimento entre os dois na audiência de conciliação, Rodrigo Quixaba foi condenado a pagar indenização à árbitra. Os valores não foram informados pela advogada Taise Cristine.
- O que ficou é que ele terminou de pagar o que foi decretado na audiência. A última parcela foi em abril. Ainda está na Justiça por danos morais. Ainda estou aguardando o juiz marcar, não sei como vai ficar. A única coisa que eu consegui foi expulsá-lo da universidade. Eu queria que ele estivesse preso, mas nem gosto de falar sobre isso porque eu quero é esquecer isso. Eu ainda fico muito abalada em dar entrevista. Agradeço muito por tudo.