Uma grávida em trabalho de parto não conseguiu ser atendida no hospital Bom Jesus de Tremembé no último domingo (23). O médico, que estava escalado para o plantão, não estava no hospital e ela só conseguiu ser atendida em outro hospital na cidade vizinha Taubaté. O estado de saúde do bebê é grave.
Na noite de domingo, Maria Andréia sentiu contrações e foi para o hospital Bom Jesus de Tremembé, mas o parto não foi realizado no local. Assim que o casal chegou ao hospital encontrou a porta do hospital fechada, mas com uma luz acesa. Os dois e mais um amigo bateram na porta e foram atendidos por uma secretária e duas enfermeiras.
“(Nos falaram) Não há médico, nem ambulância”, relembrou o pintor Régis Augusto Leite.
Maria Andréia ficou sentada em uma sala ao lado da recepção. Segundo ela, com muitas dores e sangramento. “Sangrei bastante, perdi tudo aqui. Aí já foi mais a dor mesmo, aí já veio a dor da contração”, disse.
Segundo a família, a ambulância não chegava e eles decidiram ligar para a polícia. Só depois que os policiais chegaram ao hospital é que a ambulância também veio, mas sem médico.
“Se abriu, atendeu a família e não prestou socorro a omissão (de socorro) está concretizada”, afirma o advogado Flavio Bonafé.
A mulher foi levada até o Hospital Universitário de Taubaté, mas o parto foi complicado e o filho dela está em estado grave, na Unidade de Tratamento Intensivo.
“Me sinto impotente, sem poder fazer nada”, disse Leite.
Por telefone, o diretor clínico do hospital Bom Jesus, Osmar Filho, disse que o médico que deveria estar de plantão no hospital passou mal e que outro profissional já havia sido acionado. Ele falou ainda que o outro médico que estava de plantão de sobreaviso não poderia ter feito o parto porque o caso era considerado de risco.
Sobre a demora da ambulância, ele também alegou que, se realmente houve demora, é porque o veículo estava em outro atendimento, porque só há uma viatura para atender toda a cidade.
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