LONDRES - O ex-arcebispo de Canterbury George Carey, líder espiritual de 80 milhões de anglicanos no mundo, se declarou favorável ao suicídio assistido, uma questão que abordará na próxima semana no Parlamento britânico.
- Na realidade, mudei de opinião. As certezas filosóficas do passado foram derrubadas diante da realidade do sofrimento inútil - escreveu em um artigo publicado no jornal “Daily Mail”.
Carey, de 78 anos, foi arcebispo entre 1991 e 2002. Sua posição é contrária à do atual líder da Igreja Anglicana, Justin Welby, que chamou de “equivocado e perigoso” o projeto de lei que será debatido na segunda-feira.
Ao contrário da eutanásia, o suicídio assistido significa que o paciente provoca a própria morte. O projeto de lei prevê a legalização na Inglaterra e Gales do suicídio assistido por médicos para os adultos que têm expectativa de vida inferior a seis meses, desde que dois médicos aprovem a medida.
Atualmente poucos países autorizam o suicídio assistido, como Bélgica, Suíça, Holanda e Luxemburgo, assim como alguns estados dos Estados Unidos. O suicídio assistido é um crime na Grã-Bretanha e pode resultar em pena de até 14 anos de prisão, mas diretrizes aprovadas há quatro anos estimulam os juízes a optar pela clemência nos casos em que a medida é aplicada por compaixão.