Edição do dia 13/09/2014

13/09/2014 21h16 - Atualizado em 13/09/2014 21h16

Hortas urbanas ganham espaço entre o concreto de São Paulo

Você acha que as grandes metrópoles são só aço, concreto e poluição? Nem sempre.

Você acha que as grandes metrópoles são só aço, concreto e poluição? Nem sempre. O repórter Tiago Eltz vai mostrar o que está acontecendo com os poucos espaços vazios de uma grande cidade, como São Paulo.

Olhando para o horizonte de São Paulo, às vezes, a gente tem a impressão que não cabe mais nada. Nem prédio, nem carro, nem plantação de couve.

Ué, não é que plantação de couve cabe? E tem também alface, pimenta, beterraba. A enorme horta em meio a selva de prédios fica no telhado de um shopping. Surgiu quando o shopping decidiu que não dava mais para jogar no lixo os restos da praça de alimentação.

“A horta foi uma consequência desse projeto de compostagem que o shopping faz”, conta Marcio Glasberg, gerente do shopping Eldorado.

Atrás da fachada de aço e concreto tem uma São Paulo que está germinando. Basta você olhar com atenção, para cima dos telhados, para as esquinas, para as frestas da cidade, que você vai encontrar um pessoal determinado a produzir alimento em qualquer cantinho possível.

A horta que fica em cima do centro cultural e as várias que estão sendo feitas em praças da cidade tem participação dos chamados "hortelões urbanos", pessoas que se organizam pela internet e criam hortas abertas nos bairros.

“Gera uma reflexão de pensar no alimento saudável, de pensar no agrotóxico do alimento, de pensar no uso do espaço público”, explica Madalena Buzzo, criadora da horta.

Até a avenida mais famosa da cidade, a Paulista, já tem uma horta. Por questões de segurança, terremos embaixo de linhas de transmissão ou em cima de oleodutos, tem que ficar vazios. Mas podem receber hortas.

“São áreas que não tinham destinação especifica e hoje a gente aproveita para criar espaços produtivos, com produção de verduras e legumes de alta qualidade”, comenta Hans Dieter Temp, diretor da ONG Cidade Sem Fome.

Já a Dona Bela, que planta embaixo da rede elétrica, passou a olhar o bairro de modo diferente. “Eu fico doente quando vejo um terreno vazio e que ninguém cuida”, afirma.

Ela já entendeu que para construir uma cidade, é preciso mais que concreto e aço.

tópicos:
veja também